sábado, 17 de abril de 2010

Turismo e sobrevivência pela floresta amazônica proporciona aventura e seurpresa

O experiente Washington tem 51 anos e adora uma aventura. Quando deixou sua cidade natal, há 20 anos, saiu pela selva sem rumo com a esperança de conseguir oportunidades de emprego em outras terras. Tentou a sorte grande em garimpos do norte do Brasil, foi marceneiro e ainda realizou alguns trabalhos extras ao longo de suas viagens.

Mas seu currículo traz outras experiências que Washington se orgulha em contar. Já contraiu malária 22 vezes em andanças pela Amazônia, foi picado por cobras 'apenas duas vezes' e já esteve perdido em uma mata fechada de Roraima durante três dias, onde sobreviveu alimentando-se de cipó d'água e caroço de tucunã.

“Uma vez dei de cara com uma onça-pintada, na floresta amazônica. Nos encaramos, ela fez rabo (balançou) e foi embora”, descreve esse senhor negro de cabelos grisalhos nascido na Guiana Inglesa, em uma cidade que está a 5 dias de canoa de Georgetown, capital daquele país. Atualmente, esse incansável viajante aventureiro tem suas raízes em um hotel na margem direita do rio Negro, a 10 km de Manaus. Trabalha como guia de selva e tem até carteira assinada. E ainda assim, não abandonou o gosto pelo cheiro de mato e pelo risco de explorar uma das mais fascinantes florestas do planeta.

Todos os dias, esse guianês sai com grupos de turistas, estrangeiros em sua maioria, para mais uma trilha de sobrevivência pela mata fechada da Amazônia. O trajeto tem apenas dois quilômetros de extensão (quase nada para quem cruzou o norte do país a pé). E essa é a única garantia que o guia pode dar, o resto fica por conta das surpresas encontradas ao longo da caminhada.

Cobras extremamente venenosas, mamíferos temidos e insetos desconhecidos são algumas das imagens que podem cruzar o caminho dos novatos exploradores ao longo das duas horas de caminhada por aquele fascinante ecossistema amazônico.

Alguns ficam apreensivos quando a primeira serpente salta pela trilha de terra para escapar dos pés humanos que arrastam folhas floresta adentro. Nem o experiente Washington consegue esconder a expressão de medo. Mas o grupo é persistente e a Amazônia é encantadora, por isso o grupo segue viagem.

Pelo caminho, algumas lições sobre plantas e frutos venenosos, curiosas técnicas de armadilhas para caça como a flecha com curara, um veneno extraído de um sapo local, e uma infinidade de nomes de árvores como a amapá, cuja seiva funciona como uma espécie de leite de magnésio, apuizeiro e chimbó, raiz venenosa utilizada para a pesca artesanal indígena.

São tantos os atrativos naturais que a caminhada vai chegando ao final e os visitantes nem se dão conta de que o tempo passou. No dia seguinte, o grupo ainda tem fôlego para assistir a um ritual indígena, da comunidade Desana, e nadar entre curiosos botos cor-de-rosa da Amazônia. Com um currículo desse é compreensível que o experiente guia tenha largado o garimpo para se aventurar por aquelas terras. Mesmo que a disputa pelo cobiçado ouro seja substituída pelos perigos fascinantes da Amazônia.

SERVIÇO
Tiwa Amazonas Ecoresort
Tel: (21) 8852-4661 / (92) 9995-7892.
www.tiwaamazone.nl/br

fonte:http://viagem.uol.com.br/ultnot/2010/04/16/passeio-pela-selva-e-pelo-rio-amazonas-e-perigosamente-fascinante.jhtm

Ismailon Moraes

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