sábado, 12 de setembro de 2009

Micos de viagem: as roubadas típicas de alguns dos países mais legais do mundo PARTE 3

Imigração e pequenos golpes na Europa

A Europa é um continente desenvolvido, organizado e propenso a alguns micos de viagem bem graves. O primeiro deles é o que nós, cidadãos do Terceiro Mundo, sempre corremos o risco de engolir quando entramos em países do primeiro escalão: a deportação. Todos os anos, milhares de brasileiros são rechaçados na imigração de aeroportos internacionais e têm de voltar, humilhados, para a casa.

A regra é básica: as principais nações europeias não pedem visto antecipado para turistas brasileiros, mas, quando for entrar no Velho Continente, o viajante deve ter em mãos as passagens aéreas de volta, a quantia mínima de dinheiro exigida pelo país, cartões de crédito internacionais, seguro internacional de saúde, a reserva do hotel impressa (ou carta-convite de algum anfitrião) e argumentos convincentes de que não pretende se instalar ilegalmente no destino.

O passaporte ganhou o carimbo de admissão? Ufa! Mas convém lembrar que ainda há algumas nações na Europa que exigem visto de brasileiros. A mochileira Karla Botaro, 25, fez uma viagem pelo Velho Continente em maio deste ano. Circulou livremente por seis países, mas, quando resolveu passar da Croácia para a Sérvia, foi barrada. "Apesar de ter conferido quais eram os países que pediam visto [a Sérvia é um deles], resolvi acreditar nas relações de boa vizinhança e tentei entrar", conta ela. "Às cinco da manha, fui acordada no trem por um policial da imigração sérvia que, ao ver meu passaporte sem o visto, pediu que eu pegasse a minha mala e saísse. Fiquei rodeada por 12 policiais na fronteira, durante seis horas, esperando o trem de volta à Croácia".

Todo o cuidado é pouco quando o obstáculo a ser enfrentado é um agente de imigração. Mas não é só isso. As ruas de algumas cidades europeias estão cheias de estelionatários, prontos para escalpelar os incautos que pensam que, por ser Europa, não há crime. Alguns são imigrantes (por que será que os agentes não conseguiram interceptá-los?), mas muitos são nativos mesmo.

Eu havia acabado de chegar a Roma e, na estação ferroviária de Termini, fui abordado por um senhor de idade com voz mansa e guarda-chuva na mão. Perguntou de onde eu era e tivemos uma rápida e informal conversa. Chamou-me para uma cerveja. Achei estranho. Ele insistiu. Eu fui embora.

Li um dia depois, no meu guia de viagens da Europa, o aviso alarmante que dizia algo assim: "não aceite convite de estranhos para bares ou restaurantes. Eles provavelmente agem em conjunto com os donos do estabelecimento e o valor da conta será altíssimo. Você será obrigado a pagar e eles vão dividir o dinheiro". O Primeiro Mundo, no final das contas, não é tão seguro como se crê.

fonte: http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/09/08/ult4466u694.jhtm

Ismailon Moraes

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