domingo, 4 de julho de 2010

Baleias jubartes chegam ao litoral baiano

As águas calmas e mornas do litoral baiano parecem não só embalar os sonhos românticos de turistas de todo o mundo. Espécies marinhas, como a baleia jubarte, encontram na costa do estado o local ideal para a reprodução da espécie. A partir de julho, o espetáculo começa. As baleias fogem das águas geladas do Atlântico Sul em busca do caliente mar baiano.

A migração das jubartes começa da Ilha Geórgia do Sul, extremo sul do planeta, numa viagem de mais de seis mil quilômetros até o mar tranqüilo da Bahia. Aos saltos, elas anunciam a sua chegada para cumprir o ritual de acasalamento e procriação, que dura cinco meses. Entre julho e novembro, esses animais habitarão a costa brasileira e se tornarão atração para turistas e baianos. As praias da Bahia, mais especificadamente Praia do Forte, no Litoral Norte, e Abrolhos, no extremo sul do estado, viram palco para um show especial: as baleias jubarte borrifam, cantam e bailam como numa dança que seduz qualquer pessoa.

Estudiosos calculam que mais de oito mil jubartes passeiam por mares do nordeste e sudeste do Brasil. Mas é em Abrolhos que há a maior concentração desses animais. Não é a toa que a região ficou conhecida como Costa das Baleias.

Whalewatching

A visita da baleia jubarte no estado criou um novo tipo de turismo: o Whalewatching -
ecoturismo de observação de baleias. Agências de viagem e entidades, como o Instituto Baleia Jubarte (IBJ) - organização não-governamental que realiza trabalhos de pesquisa e conscientização para preservação das baleias - se uniram e aproveitam o balé das jubartes para gerar renda e consciência ecológica. A intenção é criar um movimento que proteja a baleia e divirta o turista em programas que incluem palestras e passeios de barcos ou avião. Tudo é acompanhado de perto por biólogos para garantir o cumprimento das normas de proteção exigidas pelo Ibama.

Conforme a legislação nacional, embarcações turísticas não podem se aproximar a menos de 100 metros dos animais com o motor engrenado, bem como não é permitido seguir qualquer baleia com motor ligado por mais de trinta minutos, mesmo respeitando a distância mínima. Também são vetadas a perturbação direta de grupos com barcos ou música, mergulho ou natação próximos aos animais. Mas isso não tira em nada a graça do passeio. Mesmo seguindo todas as regras, é possível conhecer de perto esses enormes animais, que medem cerca de 16 metros e pesam mais de 40 toneladas.

O whalewatching acontece em 90 países, com a participação de 12 milhões de pessoas e movimenta mais de 1,5 bilhão de dólares anuais. Na América Latina, o turismo de avistamento de cetáceos (baleias, golfinhos, botos) acontece em 18 países e cresce mais de 11% ao ano desde 1998, três vezes a taxa de crescimento do turismo mundial. Quase 900 mil pessoas já são adeptas da atividade. Para 2010, estima-se que o número de observadores na região tenha chegado a 1,4 milhão. Em 1998, eram apenas 377 mil.

Na Bahia, a temporada de 2009 bateu recorde. Praticado em Caravelas, Praia do Forte, Itacaré e Morro de São Paulo, é nas duas primeiras cidades que esse tipo de turismo ganhou força. Mais de 3100 pessoas participaram das atividades no ano passado quando foram avistadas 594 jubartes adultas e 59 filhotes. Durante a excursão, o visitante ainda pode observar outras espécies marinhas, como golfinhos e tartarugas.

Além do turismo de observação, vale a pena fazer uma visita ao Centro de Pesquisa e Educação Ambiental (CENTROPEA) do Instituto Baleia Jubarte em Praia do Forte. Lá, os ecoturistas podem assistir a vídeos, participar de palestras e conhecer o esqueleto de uma baleia. Em Caravelas, também pode-se ver um esqueleto completo da jubarte no Museu da Baleia. Os turistas que visitarem a região durante o mês de setembro ainda poderão participar do Festival da Jubarte.

As jubartes

A jubarte é uma das mais de 80 espécies de cetáceos existentes na Terra. Faz parte do grupo dos misticetos, baleias com barbatanas. Mas é por meio das caldas que elas são identificadas, através da variação de tons do preto ao branco, exclusiva de cada animal, que funciona como a impressão digital da baleia. O canto é outra característica especial dessa espécie. Segundo pesquisadores, as jubartes "compõem" canções feitas de gemidos que se assemelham à sonoridade musical humana. As composições têm tema e rima definidos e podem durar até 30 minutos. Outra curiosidade está na alimentação. As jubartes passam cerca de cinco meses por ano próximas ao Pólo Sul somente se alimentando de kirill (um minúsculo tipo de crustáceo, parecido com um camarão pequeno). Durante o período que estão no Brasil, não comem nada e utilizam a gordura acumulada para sobreviver.

Foi exatamente por causa da grossa camada de gordura que as jubartes foram uma das baleias mais perseguidas pela caça. A banha era usada para fazer o óleo que acendia as lamparinas nas cidades do século passado. Hoje, com a caça proibida desde 1987, tem a proteção do Ibama. Estima-se que a população das baleias jubartes esteja crescendo cerca de 7% ao ano. Mas os estudiosos alertam: elas ainda continuam ameaçadas de extinção.

Agências de turismo

Abrolhos Turismo (Caravelas): www.abrolhosturismo.com.br
Portomar (Praia do Forte): www.portomar.com.br
Centrotur (Praia do Forte): www.centrotour.com.br/index.php
Fly and Fun (Praia do Forte): http://www.flyandfun.com.br/index.php
Rota Tropical (Morro de São Paulo): www.morrodesaopaulobrasil.com.br/portugues/baleiajubarte.htm

fonte:http://www2.uol.com.br/guiadolitoral/materias/bahia-2782-2010.shtml

Ismailon Moraes

Um comentário:

  1. Solitamos a sua autorização para postar parte do seu artigo e suas fotos da Baleia Jubartes em nosso site: www.nordesturismo.com.br

    Caso sim, favor enviar para: radacao@nordesturismo.com

    Obrigdo,
    Luciano Suedde
    Salvador - Ba.

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