Considerada o pulmão verde do planeta, a Região Amazônica é centro das atenções em todos os encontros, seminários e congressos internacionais voltados às discussões que envolvem a preocupação mundial com o aquecimento global, que segundo os especialistas é responsável pela série de fenômenos naturais que ultimamente têm assolado várias localidades do globo terrestre.
De fato, além dos prejuízos ecológicos irreversíveis ocasionados pela grande devastação provocada pelos desmatamentos irresponsáveis em muitos países, é possível constatar que a incidência de terremotos, maremoto, tornados e furacões nunca foi tão intensa como nos últimos anos. Para o Brasil, o fato de o mundo estar voltado à defesa das matas da Amazônia tem seu lado positivo, pois representa uma garantia, mesmo que precária, de sua preservação. Mas não devemos esquecer que, para alcançar esses objetivos, não bastam apenas os esforços e até mesmo as verbas dos organismos internacionais.
Neste momento crucial para o mundo em que vivemos, é imprescindível contar com a boa vontade de todos, não apenas das ONGs que lutam pela preservação da Amazônia denunciando os abusos cometidos, mas principalmente dos organismos oficiais, aumentando a fiscalização e punindo severamente os responsáveis pelas queimadas criminosas e desmatamentos ilegais.
No entanto, ao mesmo tempo em que é motivo dessas preocupações mundiais, a chamada Amazônia Legal, formada por vastas florestas que se concentram nas regiões Norte e Centro-Oeste, é também considerada um destino obrigatório do turismo nacional e internacional. Indicamos a seguir algumas opções para nossos associados desvendarem algumas das surpreendentes Rotas da Amazônia.
Manaus
Capital do maior estado do Brasil, o Amazonas, a cidade de Manaus está situada na confluência do rio Negro com o rio Amazonas, portanto em plena Floresta Amazônica, a maior concentração de área verde do planeta. Essa localização privilegiada, aliada à exploração do latex, permitiu que a cidade logo prosperasse. Entre o final do século dezenove, e o início do século passado, no auge do ciclo da borracha, o “ouro branco” que escorria das seringueiras, que era vendido para a Europa e Estados Unidos, foi primordial para tornar Manaus uma das cidades mais ricas do mundo, atraindo empresários e trabalhadores de vários países.
Theatro Amazonas e o Encontro das Águas.
Por volta de 1881, os magnatas da borracha, em sua maioria oriundos de grandes centros europeus, provavelmente saudosos da vida cultural em seus países de origem, resolveram financiar a construção de um teatro com o objetivo de levar para Manaus as grandes companhias de óperas e suas orquestras. O projeto foi concebido pelo Gabinete Português de Engenharia e Architetura de Lisboa, e para realizar a obra foram trazidos arquitetos, escultores, pintores e decoradores de vários países da Europa.
A luxuosa decoração do salão nobre, por exemplo, foi executada em 1899 pelo artista italiano Domenico de Angelis, onde se destaca a pintura do teto, em estilo barroco, que representa "A Glorificação das Bellas Artes na Amazônia". As máscaras que ornamentam as colunas do pavimento térreo homenageiam compositores famosos da música clássica.
O compositor brasileiro Carlos Gomes é retratado em uma das quatro telas francesas afixadas na sala de espetáculos, onde também se destaca a pintura do pano de boca do palco, de autoria de Crispim do Amaral, que faz referência ao encontro das águas dos rios Negro e Solimões. Em seu palco já se apresentaram nomes famosos como Sarah Bernhardt e Enrico Caruso. Em 1982, o teatro serviu de pano de fundo para o filme Fitzcarraldo, de Werner Herzog, com Klaus Kinski e Claudia Cardinale no elenco, que narra a trajetória de um homem obcecado por ópera que no começo do século passado resolve construir um teatro numa região inacessível da floresta amazônica.
Pelo seu inestimável valor arquitetônico, e principalmente por testemunhar a riqueza da fase áurea da borracha, o Theatro Amazonas é considerado o edifício histórico mais importante da cidade. Ainda em Manaus, também vale a pena conhecer o Parque do Mindú, localizado na área urbana, onde é possível encontras diversos grupos de animais silvestres, inclusive espécies ameaçadas de extinção. Nos finais de semana, o parque é palco de apresentações musicais e danças folclóricas como o Boi-bumbá. A poucas horas de barco de Manaus, na confluência entre o rio Negro, de água escura, e o rio Solimões, de água barrenta, ocorre o fenômeno popularmente conhecido como “Encontro das Águas". Trata-se de um espetáculo singular que pode ser presenciado a bordo de pequenos barcos em passeios turísticos oferecidos em praticamente todos os hotéis da cidade.
Belém
Localizada na na foz do rio Amazonas, a capital do Pará é considerada a principal via de acesso à região amazônica, tornando-se popularmente conhecida como o “Portal da Amazônia”. Além de sua importância geográfica, Belém oferece ao turista uma infinidade de atrações, a começar pelo mercado do Ver-o-Peso, situado às margens da Baía do Guajará. As chamadas Casas do Ver-o-Peso foram criadas no Brasil em 1614, no Rio de Janeiro, para aferir exatamente o peso de qualquer mercadoria e cobrar sobre ele o imposto devido.
Em Belém, uma casa similar foi erguida em 1625 e foi extinta em 1839. Anos depois, surgiu no local um depósito para venda de ferro e, aos poucos, em volta dele se desenvolveu uma grande feira livre que resultaria no mercado atual, considerado a maior atração turística da cidade. Outra grande atração é a procissão do Círio de Nazaré, durante os festejos em louvor à virgem de Nazaré, que atrai milhares de fiéis de toda a região e turistas de vários pontos do país. Na cozinha típica belenense, se destacam iguarias como a Maniçoba, um cozido de carnes em um molho feito à base de folhas moídas da mandioca brava, a Tacacá, uma sopa de tucupí acompanhada de camarões secos e jambu, e o tradicional Pato no Tucupí, sem esquecer o Açaí, bebida feita com a fruta do açaizeiro, tradicionalmente servida como caldo acompanhado de peixe frito ou camarão seco. Foi essa iguaria que fez surgir o ditado: "Chegou no Pará, parou; tomou açaí, ficou.”
Belém oferece ainda uma infinidade de edifícios históricos para o turista, entre eles o Forte do Castelo, a primeira edificação da cidade, construído em 1616 na confluência do rio Guamá com a Baía do Guajará numa elevação de onde se avista todo o movimento dos barcos na Baía, e o Theatro da Paz, que a exemplo do Theatro Amazonas, de Manaus, também simboliza a riqueza que a Amazônia viveu na época da borracha. Para apreciar a natureza vale a pena visitar o Mangal das Garças, um parque naturalístico com cascata, lagos, viveiros de pássaros e várias espécies aquáticas de fauna e flora do Pará. No parque se encontra a torre do Farol de Belém, com 47 metros de altura, equipado com um elevador para transportar os visitantes, de onde se avista toda a Cidade Velha.
Outros destinos
Na confluência dos rios Amazonas e Tapajós, surge Santarém, a segunda maior cidade do Pará. Além de praias paradisíacas, rios e igarapés de água cristalina, cachoeiras e lagos, a "Pérola do Tapajós", como é carinhosamente chamada, encanta os turistas com a famosa Cerâmica Tapajós, tão perfeita que chega a ser comparada às mais finas cerâmicas do mundo. Muitas dessas peças integram os acervos de museus no Brasil e no exterior. Uma grande coleção de peças antigas pode ser vista no Centro Cultural João Fona. Outra atração de Santarém é o encontro das águas barrentas do rio Amazonas com as águas azuis do rio Tapajós, espetáculo que pode ser observado de vários pontos da cidade.
Situada a apenas 70 quilômetros de Belém, a ilha de Mosqueiro é o local preferidos dos moradores da cidade. Devido a essa proximidade, muitos belenenses têm casa na ilha, o que faz a pequena população de 60 mil habitantes aumentar consideravelmente nos finais de semana, chegando a quase 300 mil na época de veraneio. O local tem uma boa disponibilidade de hotéis, pousadas e restaurantes, além de oferecer praias de água doce com ondas. Na vila, dezenas de pequenas vendas oferecem ao visitante as deliciosas tapioquinhas feitas com amido de mandioca.
Para os amantes da natureza com sabor de aventura, a exótica Ilha de Marajó, cercada pelos rios Amazonas, Tocantins e pelo oceano Atlântico, permite a observação de uma soberba variedade de aves, peixes, macacos, capivaras e manadas de búfalos. Partindo de Belém, a viagem até Soure, a maior cidade da ilha, é feita em quatro horas de barco, um trajeto emocionante pela grande variedade da flora e fauna da região. Mas a grande atração da ilha é a Cerâmica Marajoara, cujas peças antigas alcançaram fama internacional e são consideradas de grande valor arqueológico.
Distante 220 quilômetros de Belém, Salinópolis é o local ideal para quem procura um clima agradável e uma combinação de belezas naturais. Banhada pelo oceano Atlântico, e próxima do Rio Pará, Salinas, como é chamada pelos paraenses, oferece aos turistas, ao longo de seus 20 quilômetros de praias, paisagens que misturam a beleza da Região Amazônica com o mar.
Com sua fauna variada, vegetação exuberante e praias banhadas pelas águas do rio Amazonas, Salvaterra, localizada a oeste do estado do Pará, é considerada um verdadeiro “paraíso ecológico” onde o turista pode pescar, andar de canoa e cavalgar em búfalos ou em cavalos marajoaras, além de visitar alguns sítios arqueológicos.
Macapá
Banhada pelas águas do rio Amazonas e cortada ao sul pela linha do Equador, a capital do estado do Amapá, com suas praias fluviais, lagos e lagoas, desponta como uma boa opção turistica. Há vários anos, muitos amantes da natureza procuram as paisagens bucólicas da Lagoa dos Índios e do Lago Ambé, lugares onde é possível conviver com a exuberante vegetação e observar a riqueza da fauna e da flora amazônica. As praias mais procuradas são a da Fazendinha, que dista 13 quilômetros do centro de Macapá, e a do Araxá, que fica no perímetro urbano.
Um importante marco histórico da cidade é a Igreja de São José de Macapá, construída em estilo arquitetônico inaciano e inaugurada em 1671 por membros da Companhia de Jesus, ordem religiosa que iniciou a catequese na Amazônia. Construída entre 1764 e 1782, a Fortaleza de São José de Macapá figura entre as mais importantes edificações militares do Brasil colonial. Seu objetivo era evitar incursões estrangeiras e assegurar a conquista definitiva da Amazônia pelos colonizadores portugueses. Também vale a pena conhecer a Vila do Curiaú, povoado habitado por remanescentes de escravos que ainda conservam os costumes e tradições de seus antepassados africanos em suas manifestações folclóricas como o ritual Marabaixo, que se realiza durante as comemorações da Semana Santa e o Batuque, uma das danças mais expressivas do Amapá.
Cuiabá
Ponto de partida da maioria dos pescadores que se aventuram pelos rios da região à procura dos deliciosos pintado, pacu e outros peixes, e por estar situada numa região rica de paisagens naturais, como a Chapada dos Guimarães e o Pantanal, a capital de Mato Grosso oferece vários atrativos ao visitante.
fonte:http://adoroviagem.uol.com.br/materias/adoro/rotas-amazonicas
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