terça-feira, 21 de junho de 2011

Turismo quer dobrar fatia na economia brasileira até 2020

O crescimento da classe C fez o brasileiro querer - e poder - viajar mais. No ano passado, o setor de turismo viu recordes em grande parte de suas divisões, desde o número de embarques e desembarques até o total de ônibus rodando as estradas e de cruzeiros visitando as praias. O próximo passo é dobrar sua participação na geração de riquezas do país, na avaliação do ministro do Turismo, Pedro Novais.

Em 2010, toda a grana movimentada pelo setor, considerando passagens, estadias em hotéis, empregos gerados e outros produtos e serviços, somou R$ 132 bilhões. Isso representa 3,6% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas geradas no país) de 2010, que foi de R$ 3,675 trilhões. Até 2020, o setor quer chegar a 6% do PIB.

- Com a mobilização de um país inteiro pela melhoria da produtividade e qualidade, chegaremos próximos a 6% no final desta década. Quanto mais houver procura por serviços de qualidade, mais iniciativas se voltarão para a certificação de produtos, serviços e profissionais.

Ele deve participar nesta terça-feira (21) do lançamento do 6º Salão do Turismo, que abre as portas para o público e empresas do setor entre os dias 13 e 17 de julho, em São Paulo. O evento vai contar com a divulgação de roteiros para todo o país, além de ser um local de venda de passagens e negócios entre empresas do setor. São esperadas mais de 100 mil pessoas.

O total de desembarques de passageiros de voos domésticos (aqueles brasileiros que viajam para outras cidades do país) passou de 56 milhões, em 2009, para mais de 67 milhões no ano passado. Esse foi o maior número já visto pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) desde 1993, quando ela começou a contar o movimento dos aeroportos.

Esse número é quase 140% superior ao visto em 2000, quando pouco mais de 28 milhões de desembarques nacionais ocorreram nos voos domésticos.

De 2002 até o ano passado, o brasileiro quase dobrou o volume de grana gasto nas viagens: de R$ 20,9 bilhões para R$ 38,2 bilhões.

E não é só o trabalhador daqui que passou a consumir e curtir mais o Brasil. Os desembarques estrangeiros saltaram de 6,5 milhões, em 2009, para 7,8 milhões. Os gastos, de US$ 5,3 bilhões, em 2009, para US$ 5,9 bilhões.

E a intenção de sair de casa para conhecer outros lugares (do Brasil ou de fora) só aumenta. Em abril passado, mais de 3 em cada 10 brasileiros (31,6%) disseram que planejavam fazer as malas dentro de seis meses. No mesmo mês de 2010, eles eram menos de 2 em cada 10 (19,2%).

Novo turista

Para o ministro, a migração de 30 milhões de brasileiros para a classe C é o que mais deve impactar a atividade turística nos próximos anos. Segundo Novais, tanto o governo quanto as empresas devem se adaptar a essa nova característica do turista brasileiro.

Uma pesquisa do instituto Instituto Data Popular mostrou que, entre os brasileiros que estão planejando uma viagem para o exterior, 52% são de famílias da classe média. A pesquisa considera a classe C como as famílias com renda de 3 a 10 salários mínimos (ou algo entre R$ 1.635 e R$ 5.450 por mês). As classes D e E têm orçamento familiar abaixo dessa faixa, e as classes A e B, acima dela.

Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, o aumento da renda e a melhor no cenário do mercado de trabalho brasileiro dá uma ideia do potencial de crescimento do setor.

- Os emergentes têm trocado o desconforto de uma longa viagem de ônibus pela comodidade da viagem aérea.

Mas não é só nos ares que esse público têm abocanhado sua fatia. Nos cruzeiros, a classe C já representa 4 em cada 10 passageiros. As ofertas de parcelamento propostas pelas operadoras de turismo chamam a atenção dos emergentes para experimentarem os cruzeiros. A Classe C, que já alcança a Classe A em predominância em viagens de navio, valoriza o custo-benefício deste tipo de lazer.

- A possibilidade de levar a família toda, com alimentação e entretenimento incluso, transforma este tipo de passeio no preferido da nova classe média brasileira.

6º Salão do Turismo
Quando: 13 a 17 de julho de 2011, das 14h às 21h. Inscrições abertas até 11 de julho
Onde: Pavilhão de Exposições do Anhembi, na avenida Olavo Fontoura, 1209 – São Paulo – SP
Quanto: R$ 10 (válido para um dia) a R$ 15 (todos os dias); estudantes e professores pagam meia
Informações: www.salao.turismo.gov.br

fonte: r7.com

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