Em época de vulcão furioso e aeroportos com operações incertas, rodar mais de 3 mil km entre São Paulo e Buenos Aires pode ser não só a garantia de chegar à capital argentina, mas também a possibilidade de ver atrativos turísticos escondidos pelo caminho.
Serras cortadas por vales profundos, praia com mais de 200 km de extensão, navio naufragado e cidades históricas. Definitivamente, ir a Buenos Aires será uma experiência única até mesmo para quem já tem esteve na cidade mais de uma vez.
“A viagem é uma degustação de diversos atrativos turísticos localizados ao longo do trajeto. É vivenciar um pouco de cada um dos destinos”, descreve Cacá Clauset, piloto que carrega no bagageiro de experiências a travessia terrestre entre o norte do Alasca e o Ushuaia, duas participações no Rally Paris-Dakar e uma viagem (de jet ski) do Chuí ao Oiapoque, em 88 dias.
Em uma viagem em que o 'chegar' vale menos do que o 'estar' e nenhum ponto é mais importante do que a viagem em si, a estrada é protagonista e reserva os melhores cenários e as sensações mais marcantes.
A jornada começa em São Paulo, a 3.300 km do destino final. Registro, cidade a 194 km da capital, serve como parada técnica, mas a paisagem só começa a desviar a atenção do motorista a partir da Serra do Cafezal, uma sequência de curvas sinuosas que rasgam montanhas decoradas com dezenas de bananeiras ainda na BR 116.
Dali pra frente, os passageiros são testemunhas de um do roteiros rodoviários mais cenográficos do Brasil. O tom da viagem segue no ritmo de cada um, mas a experiência é capaz de deixar marcas profundas em viajantes independentes que não se contentam com o turismo fácil e previsível das viagens tradicionais. “O maior desafio mesmo para quem vai até Buenos Aires de carro é ter a iniciativa de tirar seu 1.0 da garagem para encarar a viagem”, conta Cacá Clauset, que já fez o mesmo trajeto sete vezes, uma delas para levar a mudança do pai que estava indo morar na cidade.
A lista de atrativos é longa e acompanha o grau de aventura que o viajante está disposto a incluir no roteiro.
Dicas para viajar de carro até Buenos Aires*
Preparação prévia
Cidades como Morretes e Colonia del Sacramento, cujos centros históricos congelam o visitante no tempo; escarpas que rasgam montanhas imponentes das serras catarinenses, como as cenográficas Serra do Corvo Branco e Serra do Rio do Rastro; imensas faixas de areia com 254 km de extensão, no Rio Grande do Sul, em que os únicos protagonistas são centenas de aves migratórias e as ruínas expostas de um navio naufragado de 1976; e cidades agitadas como Florianópolis e Punta del Este que são capazes de renovar a energia dos que dirigiram durante todo o dia.
E assim, a cada quilômetro rodado, o viajante degusta o continente como nunca havia imaginado (e ainda dá tempo para o vulcão acalmar os ânimos).
Essa viagem pode ser realizada com qualquer automóvel, inclusive um carro do tipo 1.0. O que muda é o grau de conforto;
- Tenha em mente que se trata de uma viagem longa e que requer disciplina. Seja rígido com os horários. Acorde e durma cedo, durante todo o trajeto;
- Utilize modos variados para traçar a rota, como GPS, navegador, rádios para quem viaja acompanhado de outros automóveis e uma mapa da região. O site www.trackmaker.com auxilia com rotas feitas por outros motoristas e que podem ser baixadas;
- Habilite seu telefone celular para chamadas internacionais ou programe-se para comprar chips ao chegar no país;
- Esteja sempre preparado para abortar um roteiro por conta de situações adversas (estradas, chuvas ou desvios de rota) ou incluir um atrativo que não estava nos planos iniciais;
- Programe sua viagem sempre de trás pra frente para poder calcular quanto tempo será necessário para ir e voltar com segurança e folga
Documentação
Para viajar por territórios do Mercosul é necessário ter a Carta Verde, documento que pode ser tirado em um despachante ou estabelecimentos comerciais no Chuí, já na fronteira com o Uruguai;
- Tenha em mãos também o documento do carro, habilitação, termo de uso no caso do motorista estar com carro alugado ou emprestado (uma procuração com firma reconhecida em cartório já é suficiente) e guia da taxa da Carta Verde, que pode ser paga em uma agência do Banco do Brasil. O valor varia de acordo com o período de permanência nos países do Mercosul;
- Tenha sempre uma lista com telefones das concessionárias que estão mais próximas ao seu roteiro.
Mecânica
- Viaje sempre com o carro revisado, como itens mecânicos básicos e pneus em bom estado;
- Além dos itens obrigatórios como macaco e triângulo, tenha também uma caixa de ferramentas, lanterna, cola e fita adesiva para reparos;
- Abasteça apenas em postos de bandeira conhecida e não deixe o nível de combustível abaixo do meio tanque;
Estradas
- Viagens diurnas aumentam o nível de segurança e reduzem o estresse dos deslocamentos noturnos;
- Sempre que possível, viaje acompanhado de mais um carro. Mas lembre-se que estar em comboio pode atrasar a viagem;
- Troque de motorista a cada duas horas. Para quem viaja sozinho, faça paradas breves para esticar o corpo;
- Atenção redobrada no trecho paulista da BR 116 e na BR 101, já em Santa Catarina, por conta do excesso de caminhões; e na BR 471 que corta a Reserva Ecológica do Taim, devido ao alto número de capivaras que cruzam a estrada;
- A partir de Torres, as estradas são mais retas e podem causar sonolência nos motoristas. Para enganar o sono, deixe a posição do banco em posição mais incômoda para o corpo demorar a se acostumar;
- Buracos na estrada com manchas de terra em volta é sinal de que são mais antigos e profundos. Evite-os.
*dados fornecidos por (www.tsobrasil.com.br)
fonte: viagem.uol.com.br
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