O pequeno Guilherme diz que “adora” política. Do alto de seus 9 anos de idade, ele ficou fascinado com a visita ao plenário da Câmara dos Deputados, cenário tão exibido na televisão. Diante do entusiasmo, o avô brinca com a possibilidade de o neto virar político, mas logo fica claro o porquê do interesse: Guilherme quer ser arquiteto.
- Gosto mais de desenhar do que de ser político. Vou ser arquiteto.
Guilherme e o avô, o paulista Jurandir Stella, de 71 anos, participaram na quarta-feira (20) da visita guiada à Câmara e ao Senado. A curiosidade do menino por arquitetura e política ilustra o que buscam os mais de 15 mil turistas que vão ao Congresso todo mês.
Na rota do chamado turismo cívico em Brasília, o Congresso é o monumento mais visitado, seguido pelo Palácio do Planalto, Memorial JK, Catedral Metropolitana e Palácio do Itamaraty.
A procura pelo edifício projetado por Oscar Niemeyer cresce em períodos de férias. Em 2010, o mês de julho registrou mais de 21 mil visitantes. Até o dia 18 de julho deste ano, já foram mais de 11 mil. Em janeiro, quando Brasília está vazia devido ao recesso parlamentar e às férias escolares, quase 19 mil pessoas estiveram no Congresso para conhecer de perto os plenários da Câmara e do Senado.
O passeio também atrai estrangeiros, especialmente os norte-americanos. Do total de 2.225 estrangeiros que visitaram o local no primeiro semestre deste ano, 16% vieram dos EUA, 14% da França, 8% da Alemanha e 7% da China. Há ainda outras várias nacionalidades, como Coreia do Sul, Holanda, Japão e Argentina.
A francesa Solange Charpentier está em Brasília pela primeira vez ao lado da filha adotiva Joana Charpentier, brasileira naturalizada francesa.
- A arquitetura é linda. Esse é um passeio muito interessante porque o lugar é enorme, a visita é de fácil acesso e de graça, o que eu acho uma boa ideia.
O programa Visite o Congresso é uma parceria da Câmara e do Senado e funciona das 9h30 às 17h praticamente em todos os dias do ano, inclusive feriados. Os passeios são cancelados apenas durante visitas oficiais de autoridades ou em dias de votações muito polêmicas, que atraem manifestantes. Foi o caso, por exemplo, da votação do Código Florestal na Câmara, em maio deste ano.
As visitas saem a cada 30 minutos em grupos de, no máximo, 50 pessoas. Quem busca tranquilidade para andar pelos salões do Congresso, no entanto, é melhor reservar um dia de semana para o passeio. Em momentos de alta procura, esses grupos podem ser inflados com até 90 pessoas. Aos sábados e domingos, a média quase triplica: são aproximadamente 17,7 mil pessoas contra pouco mais de 600 de segunda a sexta-feira.
Especialmente nas terças e quartas-feiras, porém, o visitante tem a oportunidade de assistir de perto a votações nos plenários da Câmara e do Senado, o que pode ser um ingrediente especial para quem procura sentir o clima do Congresso. Há também grande movimentação pelos corredores, salões e comissões.
Terminada a visita, o rondoniense Gerber Kreisler elegeu o Salão Verde como o ponto alto.
- É muito interessante você sentir que faz parte da história. Ver esses lugares onde os jornalistas conversam com os políticos, onde acontecem as entrevistas, as brigas.
O turista deve ficar atento: bermudas, shorts e chinelos são proibidos tanto para homens quanto para mulheres, de segunda a sexta-feira, mesmo em período de recesso parlamentar. A direção recomenda que, “em qualquer ocasião todos devem usar trajes adequados”.
A visita guiada dura aproximadamente uma hora, é gratuita, não há restrição de idade nem necessidade de agendamento, a não ser para grupos com mais de 15 pessoas. Neste caso, o passeio pode ser marcado com antecedência pelo portal da Câmara ou pessoalmente, no guichê do Salão Negro. Visitas temáticas e em outras línguas também podem ser agendadas pelo site http://www2.camara.gov.br/a-camara/conheca/visiteacamara/formulario-de-visitacao
fonte: r7.com.br
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