sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Aeroviários iniciam paralisação em aeroportos do Brasil; atrasos somam 25%


Os aeroviários começaram a mobilização para paralisar os serviços em aeroportos do país na noite desta quinta-feira (22). Segundo o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), que rejeitou acordo de reajuste salarial com as companhias aéreas, paralisações parciais já começaram no início da noite desta quinta-feira entre os funcionários que trabalham em solo nos aeroportos do Galeão (RJ), Brasília, Salvador, Confins (MG) e Fortaleza.

Nem o sindicato e nem a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) souberam informar a extensão da paralisação, mas os voos não tinham números significativos de atrasos nesses aeroportos, segundo o ultimo boletim da Infraero. Em todo o país, dos 2.822 voos domésticos programados até as 23h de hoje, 731 (ou 25,9%) estavam atrasados. O Galeão tinha apenas 17,1% de atrasos, Brasília tinha 31,1%, Salvador somava 21,5%, Cofins (MG), 35,2 %, e Fortaleza, 14,5 %.

No aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde parte dos aeroviários paralisaram nesta quinta, uma assembleia na segunda-feira (26) decidirá se haverá greve ou não. A assembleia seria realizada nesta quinta-feira, mas foi adiada após reunião no Tribunal Regional do Trabalho. De acordo com o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo (Fntta), Uébio José da Silva, ficou decidido que o sindicato deverá informar o início da greve com 72h de antecedência, inviabilizando a greve antes da segunda-feira. No aeroporto de Guarulhos (Grande SP) não haverá greve, mas a paralisação em outros terminais pode gerar reflexos e causar atrasos e cancelamentos.

A presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, informou que a paralisação começou a despeito da decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de multar o sindicato em R$ 100 mil por dia se não houver um mínimo de 80% de funcionários trabalhando.

“Nossa greve já começou no Rio, em Brasília, em Belo Horizonte e Fortaleza. O TST é muito rápido e tem mão pesada para punir o trabalhador. Mas nossa dignidade não custa R$ 100 mil por dia”, disse Balbino durante manifestação no Galeão.

A ameaça de multa se refere ao descumprimento da ordem judicial de manter 80% dos funcionários trabalhando nos dias 23 e 24 e 29, 30 e 31 de dezembro. Ela disse que a continuidade da paralisação vai ser definida pelos trabalhadores. “Por isso nós antecipamos a greve”, afirmou. A paralisação estava marcada para começar as 23h de hoje.

Aeronautas suspendem greve

Em assembleias realizadas na tarde desta quinta-feira (22), os aeronautas (funcionários que trabalham em voo) aceitaram a proposta das empresas aéreas e decidiram desistir da greve. As assembleias foram realizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belém. A decisão vale para todos os Estados.
Aeronautas e aeroviários anunciaram a greve no início de dezembro, após não chegarem a um acordo com as empresas aéreas. Inicialmente, os trabalhadores reivindicavam 13% de aumento, e as empresas ofereciam 3%. Os sindicatos pediam ainda aumento de 10% no auxílio-alimentação e nas cestas básicas e reajuste do piso das categorias de R$ 1.000 para R$ 1.100.

Após reunião de conciliação no TST, as companhias subiram a proposta para 6,17% --valor equivalente à inflação do último ano, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)-- e aceitaram as outras exigências. Os trabalhadores rebaixaram para 8% o pedido de reajuste, conforme orientação da juíza do TST que mediou a reunião. Como não houve acordo, a greve foi mantida.

Ontem, as empresas aéreas subiram a proposta para 6,5% de reajuste. Para o secretário-geral do SNA, Sérgio Dias, o avanço na reposição salarial foi pequeno, com margem de apenas 0,33% acima da inflação, mas o sindicalista avalia que houve melhoria importante no aumento de 10% do piso salarial das categorias.
Segundo ele, o acordo beneficia principalmente os funcionários de empresas menores, que têm menos força de reivindicação. “Foi o possível, a expectativa era maior. Poderia ter sido melhor, com um pouco mais de mobilização e sensibilidade dos patrões. Houve crescimento no setor e os trabalhadores contribuíram bastante para isso”, disse Dias.

Paralisação em Congonhas

Em Congonhas, um grupo de aeroviários, em sua maioria da TAM, decidiu fazer uma paralisação hoje, o que provocou alto índice de atrasos nos voos. Segundo a companhia área, parte dos funcionários do setor de rampa, responsáveis pelo manuseio de cargas e bagagens e pelos equipamentos de solo que atendem as aeronaves, cruzaram os braços.

Trabalhadores e empresas participaram de audiência nesta tarde no Tribunal Regional do Trabalho da capital. A reunião acabou sem acordo. Segundo informou o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Transporte Aéreo, Uébio José da Silva, as empresas não aceitaram conceder o reajuste de 7% proposto pelo tribunal, mantendo a proposta de 6,5%.

Procon autua empresas

Durante fiscalização realizada no aeroporto de Congonhas nesta quinta, equipes da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania, autuaram a TAM e a Gol por irregularidades na comunicação e atendimento aos clientes.

As empresas responderão a processos administrativos e têm 15 dias para apresentar defesa. As multas variam entre R$ 400 e R$ 6 milhões.

fonte: www.uol.com.br

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