O turismo interno no país cresceu 16%
entre 2007 e 2010, passando de 43 milhões de pessoas para 50 milhões.
Boa parte disso é de viajantes domésticos que já correspondem por 85% do
turismo brasileiro. Os dados são do Ministério do Turismo e empolgam o
setor.
O
presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Enrico
Fermi Torquato, disse que a perspectiva é positiva. Segundo ele, 30
milhões de pessoas que entraram para a nova classe C são as principais
responsáveis pelos bons números. “E a tendência é continuar crescendo
porque nós vamos ter mais 50 milhões de brasileiros que estão emergindo e
que não tinham o turismo na sua base de consumo e agora terão”.
Torquato
informou que além dos turistas domésticos, o setor irá investir na
América do Sul. As principais apostas serão no Chile, por sua boa
posição econômica, e na Argentina que tem se reestruturado
financeiramente. Além disso, o Peru e a Colômbia também têm apresentado
forte crescimento econômico, com bons mercados a serem explorados pelo
turismo brasileiro.
“O
grande problema nosso é que estamos distantes da Comunidade Europeia e
dos Estados Unidos. Há ainda a questão burocrática do visto. Os
americanos têm facilidade para visitar o Caribe e acabam indo para lá.
Já na Europa, o turismo de fronteira é muito forte”, explicou Torquato.
Apesar disso, ele acredita que quando a crise econômica mundial der uma
trégua, os turistas europeus voltarão ao país.
Segundo
Torquato, a falta de leitos, um dos gargalos costumeiros do setor,
deixou de ser problema. De acordo com ele, o país tem leitos suficientes
para atender à demanda, inclusive na época da Copa do Mundo. “Com
relação a infraestrutura física nós estamos preparados. Temos um bom
número de leitos e a tendência é crescer. Nós tínhamos dois gargalos que
eram o Rio de Janeiro e Recife, mas isso já foi resolvido com um pacote
de incentivos. Estão sendo construídos 36 hotéis no Rio e 10 mil
apartamentos em Recife”.
Na
visão de Torquato, no entanto, persistem outros problemas como a
mobilidade urbana e o transporte aeroportuário que ainda deixam a
desejar e precisam ser reestruturados. Ele ainda cita o câmbio, como
Real forte que prejudica a balança comercial do turismo, propiciando a
saída dos brasileiros das classes A e B, que ainda consideram mais
vantajoso viajar para fora do país. “Temos competição forte nas classes B
e A. Esse é um consumidor que viajou muito internamente e agora, com a
inversão da moeda, ele está viajando para fora”.
Fonte: Agência Brasil
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