Para Gladson Cameli, os incentivos fiscais para
cidades mais pobres podem reduzir as tarifas aéreas. Em audiência
pública nesta terça-feira (dia 24) para discutir a aviação
nos Estados da Amazônia Legal e do Nordeste, o deputado Gladson Cameli
(PP-AC) criticou o elevado preço das passagens cobrado atualmente.
Segundo o parlamentar, uma tarifa de voo entre Rio Branco (AC) e
Brasília (DF) chega a custar R$ 4,5 mil.
Para diminuir o valor das passagens, o parlamentar defendeu incentivos fiscais para as regiões mais pobres do País. “Nós temos que nos unir, deputados federais e senadores, para aprovar leis [de incentivo
fiscal] e cobrar responsabilidade das agências reguladoras”, afirmou o
deputado, que propôs o debate na Comissão de Amazônia, Integração
Nacional e de Desenvolvimento Regional.
No debate, o
representante do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea),
Victor Rafael Celestino, explicou que o elevado preço da tarifa aérea
nessas regiões ocorre porque nem todos os aeroportos têm combustível, o
que obriga as empresas aéreas, muitas vezes, a transportá-lo no lugar de
passageiros. “Isso acaba encarecendo os voos”.
Celestino, no
entanto, ressaltou que, com investimentos consistentes nos aeroportos,
vai ser possível ofertar voos com mais aeronaves, o que poderá reduzir
as tarifas. Segundo informou, as tarifas vêm caindo de preço ao longo da
última década a uma taxa média de 7,5% ao ano.
INFRAESTRUTURA
Segundo
o sindicalista, boa parte dos aeroportos de cidades menores da Amazônia
e do Nordeste não recebe autorização para operar voos da aviação civil por falta de equipamentos, como caminhões de combate a incêndios.
O
gerente de Engenharia da Infraestrutura Aeroportuária da Agencia
Nacional da Aviação Civil (Anac), Tarik de Souza, avaliou que serão
necessários muitos investimentos em manutenção para que a infraestrutura
aeroportuária existente na Amazônia Legal e no Nordeste possa
proporcionar o aumento da oferta de voos e a redução das tarifas.
Souza
informou que a agência não autoriza novos voos para cidades das regiões
devido a problemas técnicos encontrados nos aeroportos. “O pavimento de
muitas pistas de pouso e decolagem está deteriorado, o terminal de
passageiros não atende aos requisitos mínimos de segurança, além de a
sinalização também se encontrar desgastada”, relatou. Ainda de acordo
com o gerente, a principal preocupação da Anac quanto aos aeroportos
seria evitar que acidentes ocorram.
O diretor do Departamento de
Política de Serviços Aéreos, vinculado à Presidência da República,
Ricardo Rocha, afirmou que o governo federal considera uma parceria com
os estados e as companhias aéreas como uma boa alternativa para resolver
o problema de falta de infraestrutura dos aeroportos no interior da
Amazônia e do Nordeste. “Estamos buscando resolver o problema da
infraestrutura aeroportuária regional, mas isso só será possível com
investimentos conjuntos”, argumentou.
fonte: www.panrotas.com.br
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