"Ele não é lindo?", "Posso tirar uma foto?". O novo presidente da Gol, Paulo Kakinoff, 38, anda fazendo sucesso junto a comissárias e demais funcionárias da empresa. Comparando com o tímido Constantino de Oliveira Júnior, dono da Gol que ocupou a presidência-executiva desde a fundação, em 2001, ele é um pop star.
Pelo menos uma vez por semana, faz questão de viajar de avião para interagir com passageiros. Vai para frente da cabine, pega o microfone e se coloca a disposição para ouvir queixas.
Também gosta de conversar com pilotos e faz aulas para aprender a pilotar.
Com esse novo estilo, mais aberto, Kakinoff está dando uma chacoalhada na moral interna, que, na avaliação de um executivo, andava no piloto automático.
A empresa que surgiu como inovação no mercado, eliminando bilhetes impressos e oferecendo passagens a preço de ônibus, anda um tanto acomodada.
A cultura de obsessão de custos, marca de Constantino, já não estava mais sendo seguida à risca. Apesar de uma imagem associada ao mercado de luxo, pelos anos em que presidiu a operação brasileira da marca Audi, Kakinoff é pé no chão.
Nascido em Santo André, no Grande ABC, formou-se em administração pelo Mackenzie. Fez carreira no grupo Volkswagen, onde começou como estagiário. Morou dois anos em Berlim pela montadora antes de assumir a Audi Brasil.
O sobrenome vem da Belarus. O avô veio para o Brasil com o pai pequeno, depois de ter ficado viúvo num ataque dos russos à sua casa. Atravessou a Mongólia a pé e de carona, até chegar à China, de onde partiu para o porto de Santos. Em plena Guerra Fria, o avô foi descoberto pelos russos e acabou cooptado para trabalhar para o partidão. Até ser preso pela ditadura militar.
A lembrança da passagem pelo grupo VW ele guarda na garagem: uma Kombi 1959 cinza-azulado, que usa todas as quartas, dia de rodízio, para trabalhar. Seu outro carro é um esportivo Audi A7.
fonte: www.folha.uol.com.br
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