Quando anunciei para os amigos que Sarajevo estava em meu roteiro de viagem pelo Leste Europeu, a reação foi quase unânime: caras de espanto acompanhadas da mesma pergunta 'Bósnia? O que você vai fazer lá?'. Um deles, em tom irônico, chegou a me sugerir levar na bagagem um colete à prova de balas.
Quase duas décadas depois do fim de um conflito que deixou 70% da capital em ruínas, a Bósnia e Herzegóvina segue associada a seu passado bélico e carrega o peso de ter sido cenário de uma das guerras mais violentas dos Bálcãs, entre 1992 e 1995.
- Vista noturna da "Ponte Latina" sobre o rio Miljacka, em Sarajevo. Construída em estilo otomano no final do século 18, essa obra é um dos símbolos da capital da Bósnia e ficou famosa após o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, evento que daria início à Primeira Guerra Mundial Eduardo Vessoni/UOL
Embora algumas construções locais guardem até hoje marcas visíveis de metralhadoras e prédios destruídos, Sarajevo se abre para o turismo e recebe visitantes com um centro histórico bem cuidado e uma estrutura gastronômica que de longe lembram os anos de destruição e privações. Segundo dados do órgão oficial de turismo da cidade, que em 1998 recebeu 47 mil visitantes, o destino foi visitado por 231 mil pessoas no ano passado.
Entenda a Guerra da Bósnia
Ocorrida entre 1992 e 1995, a Guerra da Bósnia foi resultado de uma dissolução lenta e constante da então Iugoslávia que começou com a independência de territórios como a Eslovênia e Croácia, em 1991; e da própria Bósnia muçulmana, em 1992. Em seis de abril daquele ano, sérvios extremistas apoiados por Belgrado, a capital da ex-Iugoslávia, cercam todas as saídas de Sarajevo e dão início a uma guerra que mataria 200 mil bósnios. Mais do que um conflito religioso, como se justificavam os ataques da época, a Guerra da Bósnia foi uma tentativa desesperada de manter a união e o poder de uma 'grande Sérvia' sobre aqueles territórios balcânicos. Considerada um das mais violentas desde a Segunda Guerra Mundial, essa disputa por poder foi liderada por Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia que ficou conhecido como o 'carniceiro dos Bálcãs'.
Desembarcar na capital da Bósnia, cujo setor turístico ainda insiste em promover a guerra como principal atrativo, é como viver um daqueles trechos da história que estamos acostumados a ver apenas em depoimentos de jornalistas correspondentes de canais internacionais ou em capítulos de livros escolares.
É claro que nenhum viajante brasileiro sairá de casa com as malas prontas para passar as férias, exclusivamente, na Bósnia. Mas esta pode ser uma boa surpresa para aqueles que se aventuram em destinos menos óbvios e pouco contaminados pelo turismo de massa do Leste Europeu.
Sarajevo possui mais de cem mesquitas - algumas delas erguidas no século 16 sob orientação do Império Otomano -, construções europeias do final do século 19 construídas durante os anos em que o país esteve sob cuidados do Império Austro-húngaro e é endereço da famosa ponte próxima ao local em que foi disparado o tiro que mataria o arquiduque Franz Ferdinand e daria início à Primeira Guerra Mundial.
A cidade respira (e inspira) História. Com ruas que chegam a abrigar igrejas católicas, mesquitas e sinagogas a poucos metros de distância, não é de se estranhar que o destino seja declarado o ponto de encontro entre o Ocidente e o Oriente.
As atrações turísticas locais se concentram ao redor do recém reformado Saraci, um calçadão para pedestres onde o único sinal de guerra é a disputa de clientes em lojas de produtos de origem turca ou nos concorridos restaurantes com mesas do lado de fora que ficam, insuportavelmente, lotados nos finais de semana. Aliás, se for possível, evite visitar Sarajevo nesse período, pois a cidade costuma receber grupos grandes de turistas dos países vizinhos.
Construções históricas, população com altíssimos níveis de simpatia e preços convidativos. O resto são apenas velhas imagens estereotipadas que já não cabem naquele país persistente que, lentamente, tenta escrever uma nova história.
Sarajevo possui mais de cem mesquitas - algumas delas erguidas no século 16 sob orientação do Império Otomano -, construções europeias do final do século 19 construídas durante os anos em que o país esteve sob cuidados do Império Austro-húngaro e é endereço da famosa ponte próxima ao local em que foi disparado o tiro que mataria o arquiduque Franz Ferdinand e daria início à Primeira Guerra Mundial.
A cidade respira (e inspira) História. Com ruas que chegam a abrigar igrejas católicas, mesquitas e sinagogas a poucos metros de distância, não é de se estranhar que o destino seja declarado o ponto de encontro entre o Ocidente e o Oriente.
As atrações turísticas locais se concentram ao redor do recém reformado Saraci, um calçadão para pedestres onde o único sinal de guerra é a disputa de clientes em lojas de produtos de origem turca ou nos concorridos restaurantes com mesas do lado de fora que ficam, insuportavelmente, lotados nos finais de semana. Aliás, se for possível, evite visitar Sarajevo nesse período, pois a cidade costuma receber grupos grandes de turistas dos países vizinhos.
Construções históricas, população com altíssimos níveis de simpatia e preços convidativos. O resto são apenas velhas imagens estereotipadas que já não cabem naquele país persistente que, lentamente, tenta escrever uma nova história.
Como chegar
A capital Sarajevo é a principal porta de entrada para quem chega de avião e seu aeroporto recebe voos provenientes das principais cidades europeias. O Brasil não conta com nenhuma rota aérea direta e o viajante deverá fazer escalas em destinos como Viena, Munique ou Istambul. Lentos e velhos, os trens locais são uma alternativa interessante para quem já se encontra em países próximos como a Eslovênia, Croácia e Hungria.
A capital Sarajevo é a principal porta de entrada para quem chega de avião e seu aeroporto recebe voos provenientes das principais cidades europeias. O Brasil não conta com nenhuma rota aérea direta e o viajante deverá fazer escalas em destinos como Viena, Munique ou Istambul. Lentos e velhos, os trens locais são uma alternativa interessante para quem já se encontra em países próximos como a Eslovênia, Croácia e Hungria.
Informações turísticas
Tourism Association of Sarajevo Canton
www.sarajevo-tourism.com
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City Boutique Hotel
Mula Mustafe Baseskije, 2 - Sarajevo
(387) 33 566 850
www.cityhotel.ba
fonte: www.uol.com.br
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