Com materiais diversos, muitas vezes jogados no lixo, mãos criativas transformam em arte o que passaria despercebido para a maioria das pessoas: é o ofício do artesão, profissional que é nivelado aos grandes artistas, independente da área de atuação. Hoje, quando se comemora o dia alusivo a essa categoria, muitos deles se ressentem da falta de apoio das autoridades competentes.
"Nós temos muito orgulho de nossa profissão, mas temos de fazer muitos sacrifícios para comercializar nosso trabalho, em razão da falta de apoio das autoridades", desabafa o artesão Luís Gonzaga Filho - um dos idealizadores da Casa de Taipa, associação que congrega artesãos que trabalham com madeira, renda, bordados, ferro, buriti e com outros materiais. "Essa associação foi criada para incentivar o nosso artesanato, justamente pela falta de apoio que não temos para expor e comercializar nossos produtos", assinala Gonzaga Filho.
O artesão denuncia que nos locais públicos onde é comercializado o artesanato, muitas peças são trazidas de outros estados, citando o Maranhão Ceará e Pernambuco: "O nosso artesanato fica de fora, embora seja um dos mais procurados no país", diz, acrescentando que nas feiras dos outros estados há uma procura muito grande por esses produtos. Luiz Gonzaga lembra também que o artesanato local ganhou grande visibilidade com as feiras realizadas no pátio da Igreja de Nossa Senhora de Fátima: "Vamos voltar a realizar essas exposições, em decorrência do grande público que compareceu", conclui.
Há mais de 30 anos trabalhando com arte santeira, o artesão Dim resolveu criar uma escola, localizada no bairro Monte Castelo - em sua própria casa -, destinada a dar oportunidade a jovens que viviam na rua. Dim passou a ensinar o ofício que aprendeu ainda na adolescência. Contudo, pela falta de atenção das autoridades resolveu não mais continuar com o projeto, o que lamenta muito.
"Infelizmente, não dá mais para continuar esse trabalho, pois não tenho mais pique para sair correndo de secretaria em secretaria atrás de recursos para ampliar esse trabalho", ressalta. Dim explica que esse trabalho vem sendo desenvolvido desde os anos 80, "mas para arranjar qualquer recurso tinha de sair de pires na mão, contudo agora não dá mais". Chateado com essa situação, ele deixa claro que o projeto foi feito com o objetivo de acordar os governantes para abraçar essa causa.
"Não consegui sensibilizar aqueles que têm obrigação de cuidar de nossas crianças, de nossos jovens", lamenta Dim. Na Central de Artesanato Mestre Dezinho uma homenagem especial aos artesãos: a feira que marca o terceiro encontro estadual da categoria, com a realização de cursos, apresentações artísticas e barracas com produtos de vários municípios. A feira está sendo realizada desde o dia 12 será encerrada nesta terça-feira, 19/03.Padroeiro
São José é considerado o paproeiro dos Artesãos. O dia alusivo à categoria é uma homenagem ao santo que era carpinteiro, esposo de Maria - a mãe de Jesus Cristo. Nascido na Galileia, José, de acordo com a tradição bíblica, era um profissonal que exercia seu ofício com grande responsabilidade.
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