terça-feira, 12 de março de 2013

Leia entrevista com o novo presidente da CVC


Falco, na sede da CVC em Moema, na tarde desta segunda-feira (Foto: Emerson de Souza)
Falco, na sede da CVC em Moema, na tarde desta segunda-feira (Foto: Emerson de Souza)
Luiz Eduardo Falco, de volta ao turismo quase 12 anos depois, disse sim à proposta de Guilherme Paulus e do fundo Carlyle para presidir a CVC neste final de semana. As negociações duraram 15 dias. Segundo ele, que falou na tarde desta segunda-feira com o Portal PANROTAS, na sede da CVC em Moema, ao sair da Oi, em 2011, ele mapeou três segmentos em que gostaria de atuar: turismo, saúde e educação. A proposta da CVC, portanto, foi, em suas palavras, “um alinhamento de astros”. “Vim para crescer e rentabilizar, como em qualquer empresa seria, e sei das pressões por resultados, mas isso também existe em toda empresa. Uma empresa acomodada não vai para frente”, afirmou.

PORTAL PANROTAS — O que o atraiu na proposta da CVC?
LUIZ EDUARDO FALCO — Além de ser um dos setores onde eu gostaria de atuar, conheço bem tanto a CVC quanto o Guilherme (Paulus) há muito tempo, também o pessoal do Carlyle. A CVC é uma das cinco maiores operadoras do mundo, turismo é um meio simpaticíssimo e está em momento de crescimento no Brasil... ou seja, tudo conspirou a favor.

PP — Você acompanhou os últimos meses da CVC, a saída do antigo presidente...
FALCO — Não, o que interessa é o daqui para frente. Ainda não vi um número ou relatório da CVC, o que farei esta semana, mas sei que haverá muito trabalho, mas também dá para se divertir. O turismo, quando incentivado, responde muito rapidamente, gerando empregos, riquezas...

PP Algum plano já? Qual o diferencial competitivo da CVC para crescer e rentabilizar, como você mencionou...?
FALCO — A força de vendas da CVC é o diferencial. Ninguém tem mais de 740 lojas, além da venda por milhares de agentes de viagens.

PP — Mas o mercado off-line tem perdido clientes para as OTAs...
FALCO — Se a CVC quiser entrar no mercado on-line, é muito fácil. O contrário é muito mais difícil. Há mercado para todos os canais, mas tem de saber adequar os produtos aos canais. Os produtos mais simples são vendidos em canais simples, os mais complexos nos canais complexos. Não acredito no 100% on-line, mas é um dos canais a serem avaliados.

PP — A CVC vinha procurando alguém de varejo, pois hoje o pacote concorre exatamente com a TV, o smartphone...
FALCO — Varejo é minha vida. Já vendi pré-pago, bilhete aéreo... É uma área em que é preciso investir em bom serviço para o consumidor. Com a estrutura poderosa por trás, do Carlyle, da própria CVC, dá para fazer muita coisa.

PP — O crescimento, muito criticado no ano passado, pode vir de aquisições de outras empresas também? É algo que a CVC tentou mas não conseguiu materializar em 2012...
FALCO — Sim, o crescimento poderá ser orgânico ou por aquisições, os dois modelos estão na pauta.

PP — E a CVC na bolsa? É para este ano?
FALCO — É para quando der. Mas é uma tendência natural ir para a bolsa, para até fazer as aquisições com ações e não com caixa. Hoje, se você quiser investir em turismo na bolsa não consegue. Você consegue investir em diversos segmentos de varejo, não no turismo. O turismo ainda não chegou lá, mas vai chegar. As grandes empresas estão na bolsa.

PP — Está trazendo alguém para a equipe?
FALCO — Ninguém. A equipe que vai tocar a empresa é esta que está aí.

PP — E a empresa aérea que você estava tocando?
FALO — Deixei com meu sócio, mas é essencialmente de carga expressa, não há conflitos (Falco é sócio da empresa Flex). 

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