Deputado Júlio César
A bancada federal do Piauí em Brasília reagiu ontem à declaração do superintendente regional da Infraero (Empresa de Administração Aeroportuária), Wilson Estrela, de que Teresina perdeu R$ 280 milhões que seriam destinados à ampliação do aeroporto Petronio Portella. O deputado federal Júlio César Lima (PSD) afirmou que a Infraero não tinha nenhum orçamento para obras de reforma e ampliação do aeroporto Petrônio Portela, em Teresina.
O senador João Vicente Claudino (PTB) disse que "não tem e nunca teve" previsão de destinação de R$ 280 milhões para o aeroporto da capital. Segundo João Vicente, mesmo que tivesse o dinheiro, a Infraero não teria capacidade técnica para executar a obra. "Com menos de R$ 5 milhões a Infraero demorou mais de dois anos para fazer um puxadinho; com R$ 280 milhões, demoraria uns 100 anos para gastar", disparou o senador.
O coordenador da bancada federal, deputado Jesus Rodrigues (PT), disse desconhecer qualquer informação sobre destinação de recursos para ampliação do aeroporto. "A superintendência da Infraero nunca procurou a bancada federal para discutir recursos para o aeroporto", afirmou ele. Segundo o deputado Júlio César, a previsão orçamentária para o aeroporto de Teresina era de R$ 4,5 milhões que foram utilizados para as obras do "puxadinho", feito na casa de passageiros, com a ampliação do saguão, da casa de embarque e desembarque e modificações no estacionamento, ainda com mais de um ano de atraso.
Júlio César afirmou que já lamentou o descaso da Infraero para com o Piauí. Ele disse que pediu oficialmente e por escrito ao superintendente nacional da Infraero, Antônio Gustavo Matos do Vale, informações sobre investimentos nos aeroportos do Piauí até 2016. A Infraero não informou, porque não havia previsão de recursos para obras. "A prioridade são os aeroportos das cidades que vão ser sede da Copa do Mundo. Não tinha previsão de recursos para cá em 2013. Nadinha. A prioridade de Governo era para a Copa, desde o inicio. Esses recursos falados nunca estiveram aqui. Não tinha prioridade nenhuma", enfatizou o deputado.
"Macaé (RJ), cidade pequena que tem movimento aéreo de menos da metade de Teresina, está contemplada com R$ 29 milhões; Aracaju (SE), também é bem menor; Macapá (AP), cidade bem menor do que a metade de Teresina, está contemplada com R$ 30,9 milhões. E Teresina, nada", comparou. Ele tinha acabado de sair do gabinete do prefeito de Teresina, Firmino Filho, com quem comentou sobre as declarações de Wilson Estrela. O prefeito também não gostou, porque, segundo ele, não tinha recurso nenhum para obras no aeroporto de Teresina. E não tem nenhum entrave com relação a obras.
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