O governo federal e as quatro grandes companhias aéreas que atuam no Brasil irão criar rotas exclusivas para atender à demanda de passageiros durante a Copa de 2014. Além da criação e liberação de novos horários nas rotas mais concorridas, como entre o Rio de Janeiro e São Paulo, serão criadas rotas exclusivas para o Mundial entre algumas das cidades-sede que não possuem vôos regulares entre si.
De acordo com o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, a medida visa aumentar as opções de deslocamento dos torcedores entre as sedes dos jogos e ajudar a diminuir a pressão sobre os preços durante a Copa do Mundo no ano que vem. "Vamos criar rotas exclusivas para atender à Copa", afirmou o ministro na manhã desta quinta-feira (31) durante o evento "Encontro Nacional de Editores da Coluna Esplanada", promovido pelo jornalista Leandro Mazzini.
"Vamos aumentar a oferta de vôos nas rotas já existentes e criar vôos regulares onde não existem", disse o ministro da Aviação Civil. Questionado pela reportagem após o evento sobre detalhes do plano do governo, Franco disse que os pormenores ainda estão sendo discutidos com as companhias aéreas, mas deu um exemplo. "É só olhar a malha e ver onde vai faltar. Por exemplo, hoje não existe um vôo regular entre Cuiabá e Salvador. Isso provavelmente será necessário".
Na tarde desta quinta-feira, um comitê criado pelo governo federal para acompanhar a evolução dos preços dos serviços e produtos durante a Copa de 2014 faz sua segunda reunião, desta vez com previsão da participação de representantes da Tam, Azul, Gol e Avianca. As empresas aéreas também tinham uma reunião com membros da Senacom (Secretaria Nacional do Consumidor) para discutir os preços das passagens durante a Copa do Mundo.
O comitê, presidido pela ministra-chefe da Casa Cilvil, Gleisi Hoffmann, e composto por representantes da Anac, Ministério da Justiça, Procons, Embratur e Ministério do Turismo, entre outros, foi criado após o jornal Folha de S. Paulo revelar que o preço a ponte aérea entre São Paulo e Rio de Janeiro já custava, em outubro, mais que a viagem entre São Paulo e Nova York, nos Estados Unidos, durante o período do Mundial, em junho do ano que vem. Após a revelação, os preços baixaram.
Após a primeira reunião, na semana passada, o governo disse que não irá controlar o preço de passagens aéreas e nem o de diárias de hotéis, mas atuará para previnir o que chamou de abusos. De acordo com Gleisi Hoffmann, os Procons e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) podem agir caso seja constatada a combinação de preços, o que poderia caracterizar a formação de cartel.
Após a primeira reunião o governo anunciou também, conforme já havia revelado oUOL Esporte, que o Cade investiga a Match Services AG e a Fifa, por conta de supostas práticas que estariam elevando o preço médio das diárias nos hotéis das cidades-sede da Copa. A Match é a empresa escolhida pela Fifa para fornecer ingressos para a Copa do Mundo de 2014 e acomodação para atletas e dirigentes durante o Mundial. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), a Match cometeu infrações contra a ordem econômica ao adotar práticas semelhantes à venda casada, proibida no país, e que limitam a livre concorrência.
Moreira Franco minimizou o problema. "Houve uma excitação muito grande com esse assunto. Só saberemos a real demanda por vôos e o patamar dos preços a partir do começo de dezembro, após o sorteio das chaves da Copa", disse. "Teremos toda a oferta necessária de vôos e preços justos não só para os turistas estrangeiros, mas também para os brasileiros, nossa maior preocupação", afirmou o ministro.
O ministro da Aviação Civil também afirmou que está descartado pelo governo autorizar empresas aéreas estrangeiras a operar no Brasil durante a Copa de 2014 para suprir eventuais faltas de vôos. "Não se preocupem com a Copa, não teremos problemas e não haverá abuso", afirmou Moreira Franco.
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