A Iata apelou ao governo da Venezuela para que honre compromissos estabelecidos em março e permita a repatriação de US$ 3,9 bilhões das companhias aéreas por conta de taxas de câmbio. Segundo a Iata, o valor é resultado das vendas de passagens aéreas na Venezuela e sua retenção contraria acordos internacionais. A Iata advertiu que a não liberação desse valor coloca em risco as operações das empresas aéreas naquele país, com prejuízos ao desenvolvimento econômico da Venezuela.
“A situação é inaceitável. Em março, o governo da Venezuela prometeu às empresas aéreas que o valor seria repatriado à taxa de câmbio do mercado. Desde então, houve muito pouco progresso. As companhias estão comprometidas em suas operações na Venezuela, mas não podem sustenta-las indefinidamente se não forem pagas”, diz o CEO da Iata, Tony Tyler, em comunicado. Segundo a Iata, durante o mês de abril o governo venezuelano propôs alternativas para liberar esse fundo, mas com câmbio inferior ao praticado ou “descontos arbitrários”, segundo a associação de aéreas.
Ao todo, 24 empresas aéreas estão sendo afetadas pelo bloqueio do fundo. De acordo com a Iata, o bloqueio foi agravado por novas medidas de taxação em cima das empresas aéreas, em dezembro. Segundo a associação, no ano passado, 11 dessas 24 empresas aéreas reduziram operações na Venezuela, entre 15% e 78%, sendo que algumas delas deixaram de operar no país. Entre as companhias afetadas está a brasileira Gol, que enviou hoje comunicado a seus investidores.
“O governo venezuelano anunciou as novas taxas de câmbio aplicáveis a certas indústrias, incluindo a indústria aérea, que entrarão em vigor em 2014. A Cadivi (Comisión de Administración de Divisas), que em 13 de fevereiro de 2013 correspondia a VEF 6,30/US$ 1,00, deixou de ser a taxa de câmbio aplicável a companhias aéreas, que é agora estabelecida em leilões semanais conhecidos como SICAD (Sistema Complementario de Administración de Divisas), correspondendo a VEF 10,70/US$ 1,00 em 31 de março de 2014”, explica o comunicado.
“Embora o governo venezuelano tenha assegurado ao público em geral que tais taxas não se aplicarão ao dinheiro em circulação no país antes da resolução que estabeleceu as novas taxas de câmbio, não podemos prever se seremos capazes de transferir tempestivamente e de forma economicamente viável nosso caixa até então mantido na Venezuela, que em 31 de março de 2014 totalizava R$ 350,3 milhões. Em vista da desvalorização da moeda venezuelana desde 31 de dezembro de 2013, reconheceremos, em 31 de março de 2014, um impairment de R$75,9 milhões relacionados a tais recursos, que impactarão nosso resultado financeiro, sem impactar os resultados operacionais. Apesar do cenário de incertezas na Venezuela, planejamos repatriar o saldo remanescente”, conclui.
fonte: http://panrotas.com.br/
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