Duas iguarias típicas do Brasil serão vendidas por pequenos empreendedores nos estádios que receberão jogos da Copa do Mundo. Na Arena Pernambuco, em Recife, torcedores poderão comer tapiocas durante as partidas. Na Arena Fonte Nova, em Salvador, é o acarajé que faz parte do cardápio. A ideia é divulgar as comidas e fortalecer o comércio regional.
As tapiocas serão preparadas e vendidas por oito integrantes da Associação das Tapioqueiras do Recife Maria de Oliveira. Segundo a presidente da associação, Ivaneide Galdino Santiago, 39, o grupo quer vender até mil tapiocas nos dias de jogos no estádio. A Arena Pernambuco receberá cinco partidas da Copa do Mundo.
De acordo com a tapioqueira, seis sabores estarão disponíveis: coco, queijo, leite condensado com coco, queijo com coco, carne seca com queijo e frango com queijo. O preço será de R$ 8 cada uma, o dobro do valor normal. O lucro é dividido, mas 10% do valor fica para a associação.
"A tapioca é um produto gostoso típico do nosso Estado. Espero que ela caia no gosto dos turistas e eles voltem aqui outras vezes para comer mais", diz a empreendedora, que faz tapioca há 17 anos.
Fora do estádio, Ivaneide Santiago vende a tapioca por R$ 4. Aos domingos, dia de maior movimento em sua barraca, ela vende entre 400 e 500 tapiocas. Nos demais dias, a venda média é de cem unidades.
De acordo com o secretário-executivo de Empreendedorismo de Pernambuco, João Baltar Freire, a barraca das tapioqueiras é custeada pelo Estado. A montagem do espaço está orçada em R$ 74 mil.
Segundo ele, uma tela de TV exibirá o cardápio em português, inglês, espanhol e no idioma das seleções que estarão em campo: alemão, croata, italiano, francês e japonês. Próximo ao ponto de venda, quatro voluntários estudantes de línguas ajudarão os torcedores.
Tapioqueiras frequentaram curso para se adequar ao padrão Fifa
O secretário diz que, para receber os turistas, as tapioqueiras passaram por um curso de 240 horas em 2013, ministrado pela Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo do Estado, no qual tiveran noções de manipulação e armazenamento correto de alimentos, finanças e inglês e espanhol.
Para conseguir autorização para a venda no estádio, foi feito contato com a Secopa-PE (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo em Pernambuco) e com a Fifa. Foram quatro meses de negociação para se adequar às exigências da entidade, como uso de um fogão elétrico e design da barraca.
Baianas pedem melhorias para a Copa do Mundo
Na Bahia, o acarajé já passou por um teste de venda na Arena Fonte Nova durante a Copa das Confederações, em 2013. Segundo a presidente da Abam (Associação das Baianas do Acarajé e Mingau), Rita Santos, 56, a experiência foi positiva, mas ela espera melhorias para este ano.
Ela afirma que a barraca com seis baianas ficou do lado de fora das catracas de um dos portões de acesso ao estádio, o que impossibilitou que torcedores comprassem o acarajé durante a partida ou no intervalo. "Espero que neste ano a Fifa mude esse sistema e permita que os torcedores cheguem até onde nós estamos para que possamos vender mais", diz.
Na Copa das Confederações, o preço do acarajé foi de R$ 8, valor que será mantido. A receita das vendas é dividida entre as baianas. De acordo com Rita Santos, em cada um dos três jogos sediados em Salvador, em 2013, foram vendidos cerca de 600 acarajés. Em um dia, uma baiana sozinha vende de 10 a 50 bolinhos a preços entre R$ 5 e R$ 6.
As baianas também contarão com cardápios trilíngues –português, inglês e espanhol– para explicar ao turista o que é o acarajé, segundo o coordenador de marketing da Secopa-BA, Márcio Lima. O cardápio é o mesmo utilizado na Copa das Confederações, no ano anterior.
Lima afirma que a instalação da barraca dos acarajés e parte dos equipamentos como fogão elétrico e panelas foram custeados pelo Estado. As baianas tiveram de se adequar às mesmas exigências feitas às tapioqueiras e frequentar um curso de 140 horas sobre manipulação de alimentos, vendas e noções de inglês e espanhol.
Barracas precisam de localização adequada, diz professor
Para o professor e consultor da Trevisan Escola de Negócios Dalton Viesti, a iniciativa de vender comida típica nos estádios durante a Copa do Mundo é positiva. No entanto, ele diz que é preciso que tapioqueiras e baianas estejam em um local visível e com circulação de torcedores para que consigam elevar suas vendas.
"Não vai adiantar nada deixar as barracas do lado de fora ou em um canto isolado onde os torcedores não terão acesso no decorrer da partida. O ponto de venda precisa estar estrategicamente localizado para que o produto tenha visibilidade e desperte o interesse do público", afirma.
fonte: http://economia.uol.com.br/
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