Cansado da tortura de longas viagens em assentos espremidos da classe econômica? Um novo conceito de poltronas conversíveis concebido por James Lee, chefe da Paperclip Design, uma empresa de Hong Kong especializada em design de interiores para a indústria de aviação, promete uma solução para agradar a passageiros ampliar a oportunidade de lucro de empresas aéreas ao mesmo tempo.
Chamado de “Butterfly'' (borboleta, em inglês), o novo assento dá flexibilidade às companhias aéreas para modificar a configuração das cabines de seus aviões conforme a demanda de cada voo. E os passageiros de todas as classes ganham mais espaço com isso.
O design acaba de receber dois grandes prêmios da aviação: o Crystal Cabin Awards e o Prêmio de Inovação para Passageiros 2014, da Iata, a principal associação internacional de companhias aéreas.
Pensado especificamente para acomodar passageiros viajando em classe econômica premium ou em executiva, o Butterfly permite facilmente alterar a configuração da cabine de uma disposição de 2-4-2 assentos para uma de 1-2-1. Ou seja, não seria impossível aproveitar a solução para toda a classe econômica ou mesmo para a primeira classe.
Cada assento Butterfly é composto, na realidade, por duas poltronas conjugadas, com o assento do corredor posicionado de forma desnivelada, para trás do assento da janela ou do meio.
Quando ambas as poltronas dos quatro conjuntos de assentos da fileira são utilizadas, obtém-se a classe econômica. Nessa disposição, mesmo com oito passageiros sentados lado a lado, há amplo espaço lateral para todos, graças ao esquema de desnivelamento.
Em uma aeronave como o 777, são até 53 cm de espaço entre os apoios de braço para cada passageiro —tamanho equivalente a algumas classes executivas.
Mesmo na econômica, o passageiro tem a sua disposição uma mesa larga para acomodar bebidas, nichos para guardar pequenos objetos e um apoio de pés em forma de pufe ajustável.
O encosto dos assentos do meio ou da janela podem ser rebatidos, transformando a dupla de poltronas em uma mini-suíte com um sofá lateral na configuração de classe executiva.
O sofá, além de ampliar o espaço disponível para o passageiro, pode acomodar um segundo viajante para as refeições ou permitir que crianças durmam ao lado de seus pais durante o voo.
Por fim, o próprio assento do passageiro, no corredor, pode ser rebatido, formando uma cama diagonal junto ao sofá, com 196 cm de comprimento por 110 cm de largura —uma das maiores camas disponível nos ares e com espaço suficiente para o viajante dormir em qualquer posição.
Além de poder modificar de forma rápida o mix de assentos disponíveis em cada voo, o Butterfly permitiria às companhias aéreas oferecer upgrades aos passageiros —com milhas ou com dinheiro— de forma simplificada.
“Uma configuração flexível de assentos ajuda as empresas aéreas a combater as incertezas. A demanda nunca é constante e previsível —ela difere sazonalmente, entre os diferentes dias da semana, em mercados diferentes e durante os diversos ciclos econômicos”, explica Lee em um comunicado.
“Com uma configuração fixa é possível que oportunidades sejam perdidas e que haja ineficiência”.
“Pesquisas acadêmicas sobre assentos conversíveis no mercado de voos de curta duração europeu mostraram um ganho de 3,3% na receita, algo extremamente significativo em uma indústria com lucro líquido global entre zero e 4%”, afirma o designer.
Mas não é bom se empolgar muito com a ideia —apesar da recepção calorosa ao Butterfly, o projeto, por ora, ainda depende de parcerias para sair do papel. Segundo a Paperclip, com vontade, seria factível pensar em uma estreia somente a partir de 2017.
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