O VALE dos TATUS GIGANTES
Nem todos os caminhos são flores. Caminhamos por uma trilha de mata fechada.
Estamos em uma região desconhecida e pouco visitada que chamamos de
Vale dos Tatus Gigantes de Pedra, um lugar misterioso no nordeste do Piauí,
Meio-Norte do Brasil. Fica entre Piripiri e Pedro II. Seguimos uma pista que pode
nos levar a uma descoberta: o encontro de um paredão rupestre com símbolos antigos
deixados por xamãs, os temidos e místicos curandeiros. Seguimos uma trilha isolada,
mata fechada, guiados pela memória e capacidade de localização do guia Islando e
o Mestre em Arqueologia e Antropologia Pedro Gaspar. Eis que então, aparece
em nossa frente, feito uma torre de vigília isolada no meio do mato, um bloco de pedra
que nos lembrou a torre de uma antiga ruína abandonada. Será que encontramos o
que estávamos procurando? Iniciamos uma aproximação, cautelosa e cuidadosa,
para não descaracterizar o cenário.
O bloco de arenito parece ser um altar, local de rituais e conexões místicas.
Embora muito antigo, tem o ar contemporâneo e altivo das obras esculturais com
as notáveis curvas góticas arquitetadas por Antoni Gaudí. As pinturas rupestres
aplicadas sobre o arenito obedecem e seguem suas reentrâncias naturais.
Observando mais de perto, a composição das inscrições com o tom vermelho
do corante parece que algo escorreu bem antes. Essa é uma área remota e
muito pouco visitada. Já passam das 3 horas da tarde. Perto desse lugar não
há nenhuma morada, gente que se possa pedir ajuda ou se arranchar por uma noite.
Isolado das outras formações rochosas, um painel de pinturas rupestres está
sobrecarregado de aplicações. Temos a sensação de que aqui está a melhor
tradução do CAOS organizado. Enquanto mais distantes, os grafismos geométricos
revelam-se figuras antropomórficas quando vistos de mais perto.
Serão os BRUXOS antigos curandeiros?
Surpresa e espanto: um par de gravuras rupestres se distingue de tudo o que há
no paredão. O que os olhos veem é também o que a mente faz de interpretação.
Será que encontramos o motivo dessa região permanecer ainda tão isolada de
presença de população? Serão essas as gravuras dos bruxos e curandeiros que
o povo da região chama de Vale da Assombração? Voltamos no tempo e percorremos
as trilhas das memórias. As estações das chuvas, do Sol e dos ventos passaram.
Ficam as memórias persistentes. Ecoando na imaginação da gente.
fonte: http://www.meionorte.com/
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