A riqueza arqueológica do Parque Nacional Serra da Capivara, em São
Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias, é
vultosa e a cada ano surgem novas descobertas feitas pelos arqueólogos e
paleontólogos que pesquisam os vestígios dos primeiros homens
americanos no sudeste do Piauí.
O paleontólogo Elver Mayer, pesquisados da Fundham (Fundação
Museu do Homem Americano), afirma que foram encontrados mais de 10 mil
fósseis de animais de grane porte na Lagoa dos Porcos, em São Lourenço
do Piauí .
A arqueóloga Niède Guidon, responsável pelas primeiras pesquisas
e mentora da criação do Parque Nacional Serra da Capivara, afirmou que
foram descobertas pinturas rupestres no Baixão das Andorinhas, em São
Raimundo Nonato.
A descoberta foi feira durante a prática de rapel no Baixão das
Andorinhas e as pinturas rupestres precisam ainda ser estudadas.
“São diferentes das que encontramos até agora no Parque Nacional
Serra da Capivara e uma das pinturas é a de um homem com algumas coisas
penduradas nos braços”, falou Niède Guidon.
“As pesquisas vão muito bem. Nós continuamos descobrindo novos
sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Temos um acervo
paleontológico que não tem igual e apenas em uma lagoa nós tiramos mais
de 9 mil fósseis. É uma quantidade imensa e nós estamos na Fundação
Museu do Homem Americano com laboratórios que nem a USP (Universidade de
São Paulo) tem iguais”, afirmou Guidon.
Segundo ela, as pinturas descobertas são de seres humanos e
animais. “São pinturas muito bonitas e diferentes com a de um ser humano
com coisas penduradas nos braços, mas são coisas muito novas e ainda
não fizemos o estudo desde sítio arqueológico”, declarou Niède Guidon.
As pinturas Tem pigmentos nas cores vermelha, marrom e preta e estão em uma escarpa de difícil acesso
A diretora do Laboratório de C erâmica da Fumdham e sucessora de
Niède Guidon na coordenação das pesquisas no Parque Nacional Serra da
Capivara, arqueóloga Crisvanete de C astro Aquino, afirma que existem 30
anos de pesquisas na área sempre com o povo de tentar provar realmente
que existem vestígios de uma antiguidade significativa .
Ela afirmou que todas as pesquisas e indícios têm avançado nesse a
sentido, o de comprovar que na área do Parque Nacional Serra da
Capivara existem material cerâmico, lítico, fósseis e pinturas têm
reforçado as pesquisas de Niède Guidon de que o homem americano estava
presente no sudeste do Piauí há cerca de 50 mil anos.
Crisvanete de Castro Aquino diz que Niède Guidon nunca quis
traçar rota da chegada do homem americano porque é preciso saber quais
as rotas já que encontrado um caminho não quer dizer que não existam
outros caminhos.
“Faltam outros sítios que possam colaborar nesse sentido .
Precisamos de sítios em outros locais na América do Sul para mostrar
possivelmente quais foram esses caminhos”, disse a arqueóloga Crisvanete
de Castro Aquino.
Uma das rotas possível seja a saída da África e chegada na
América pelas ilhas da Polinésia. “Vindo da África direto para cá. Os
primitivos são africanos”, falou Crisvanete de Castro Aquino.
A bióloga e mestre em Ecologia Bianca Tizanel, diretora de
Infraestrutura do Parque Nacional Serra da Capivara, afirmou que nas
novas pinturas rupestres devem ter casinha das vespas chamada e Maria
pobre.
Segundo Bianca Tizianel, o Parque Nacional Serra da Capivara tem
mais de 1.200 sítios arqueológicos identificados, sendo que 172 sítios
estão preparados para a visitação com escavações, corrimão, passarelas
de acesso, nos lugares mais altos existem escadas construídas 17 sítios
são adaptados para a visita de cadeirantes e para carrinhos de bebês.
Os trechos mais visitados do Parque Nacional Serra da Capivara
são o Boqueirão da Pedra Furada, que possui uma espécie de janela, de
onde é possível ver o céu com a nuvens durante o dia e o céu estrelado
durante a noite, com direito ver estrelas cadentes.
Baixão das Andorinhas, onde é possível ver no final da tarde a
chegada das andorinhas nos rochedos e formações rochosas onde dorme.
Elas chegam de uma vez fazendo barulho de avião para ficar nas
escarpas.
Nos paredões são vistas pinturas rupestre de duas figuras humanas
se beijando, de cenas de caça, de luta e de sexo, além de figuras de
capivaras, uma delas com seu filhote, tatus, cenas de parto e imagens de
muitas aves.
O parque possui 208 espécies de aves, incluindo a Zabelê , que é
endêmica da caatinga e encontrada no Parque Nacional Serra da Capivara.
Existem 52 espécies de mamíferos, incluindo o mocó, um roedor endêmico da caatinga.
“As pesquisas com répteis e anfíbios continuam sendo realizadas.
Além, de pesquisas com os morcegos e as onças são vistas com muita
frequência pelos guardas-parque”, falou Bianca Tizianel.
As onças encontradas no parque são as pardas, conhecidas como
onças vermelhas, e onças pintadas, a onça preta, que é uma variação
delas.
Na semana passada foi encontrada uma onça preta morta no Parque
Nacional Serra da Capivara, na Toca da Mangueira de João Paulo, mas
parece que morreu de velhice, constatação feita pelos pesquisadores por
causa do desgaste dos dentes.
As espécies vegetais são mais de 600 no parque, sendo que 80% de
toda a extensão do parque são de caatinga e alguns entraves de
cerrados.
Patrimônio da Humanidade, declarado pela Unesco, órgão das Nações
Unidas para Educação e Cultura desde 1991, o Parque Nacional Serra da
Capivara é um dos maiores pontos turísticos do Brasil com seus 129 mil
hectares e uma biodiversidade impressionante no coração da caatinga.
São 28 guaritas em torno o Parque Nacional, sendo que 14 estão
funcionando para evitar a presença de caçadores, incêndios e garantir a
visitação pública, além de 130 funcionários.
Niède Guidon afirma que são 20 mil visitantes por mês que
conhecem o Parque Nacional Serra da Capivara, apesar das dificuldades de
acesso e da conclusão do Aeroporto Internacional de São Raimundo
Nonato.
Descoberta dos fósseis ajuda a explicar animais da megafauna que não existem mais, diz paleontólogo
O paleontólogo Elver Mayer, que possui mestrado na área, afirma
os fósseis encontrados na Lagoa dos Porcos, em São Lourenço do Piauí são
do pleistoceno, que vai do período geológico que v ai de 1,8 milhão de
anos a 10 mil anos, são mamíferos e caracterizados por seu grande
tamanho, representantes da megafauna.
Segundo ele, a datação dos sítios arqueológico onde os fósseis foram encontrados têm a datação de cerca de 30 mil anos.
“Os fósseis são de preguiças, tatus gigantes com carapaças
interiças com as das tartarugas e que não têm mobilidade como a dos
tatus verdadeiros. Também tem um grupo dos que têm cintas móveis nas
carapaças, os tatus gigantes, existem fósseis de animais com hábitos de
vida semelhantes aos dos hipopótomos, que têm membros colunares e
corpos robustos”, falou Mayer.
Elver Mayer afirmou que as pesquisas com os fósseis encontrados
recentemente ajudam a entender a falta do pleistoceno, período em que
ocorreu uma grande extinção dos grupos de animais que nçao existem mais.
“Também ajudam a entender os processos naturais relacionados a
esse tipo de registro”, falou El ver Mayer, adiantando que a maioria dos
animais pesquisados é de herbívoros, alguns pastadores e outros que
também se alimentavam de folhas e ramas.
fonte: www.meionorte.com
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