sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Facebook e Twitter influenciam Turismo Gastronômico


Alberto Lyra, Diretor-Executivo da Associação Nacional de Restaurantes












O Brasil possui potencial para fazer parte do circuito do Turismo gourmet, porém não é isso que acontece, segundo Alberto Lyra, diretor-executivo da Associação Nacional de Restaurantes (ANR). “O Brasil ainda não é reconhecido como destino óbvio, mas possui enorme potencial. A vastidão territorial e cultural contam a favor. As diferenças geográficas, em vez de um único prato típico,  proporcionam incrível variedade de opções e riqueza de ingredientes sem igual que impressionam turistas de todo o mundo. Os estrangeiros, quando visitam o país, procuram provar iguarias da culinária típica local, como acarajé, cocada, feijoada, caipirinha e churrasco”, explica.

O diretor pontuou o que os brasileiros buscam ao viajar para o exterior. “Em viagens de lazer ou negócios, o que os turistas brasileiros mais esperam é comer bem e ter a chance de apreciar a culinária típica de cada local, segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Turismo (CNTur), em parceria com o Sebrae”. Ainda de acordo com o estudo, o quesito gastronomia se destacou e apareceu como um importante elemento que marca a experiência e as memórias de viagens dos brasileiros. “O café da manhã em hotéis e pousadas é uma das experiências mais valorizadas pelos turistas brasileiros”, completou.

Lyra destacou quem um estudo realizado recentemente pela Associação Nacional de Restaurantes dos Estados Unidos indicou que as redes sociais têm uma influência cada vez maior sobre os consumidores que escolhem restaurantes. “Três em cada dez pessoas que participaram do levantamento afirmaram utilizar o Facebook ou o Twitter para selecionar o lugar onde vão comer. Além disso, 40% dos consumidores disseram que escolhem restaurantes também por meio de sites de compra coletiva. Esses dados são um indicativo da importância que a internet e as mídias sociais adquiriram para o setor de food service”.

Ainda de acordo com ele, outro diferencial desses canais de comunicação é a possibilidade de interação com os clientes. “A proximidade maior com os consumidores gera engajamento e eles próprios, quando têm uma avaliação positiva do restaurante, compartilham suas experiências, reforçando a propaganda boca a boca. Por meio das mídias sociais também é possível entrar em contato com todas as pessoas que citaram o estabelecimento de alguma forma, seja para fazer críticas, positivas ou negativas, ou ainda para dar sugestões”.

“O Brasil será uma vitrine para o mundo”

O diretor-executivo da ANR aponta também as necessidades do setor para os megaeventos que o país irá receber a partir de 2013. “Durante esses megaeventos esportivos, teremos a presença de turistas de todo o mundo, muitos deles, de países desenvolvidos, que têm um padrão de qualidade de vida superior ao do brasileiro. Por isso, cremos que 2013 será um ano de investimentos em melhorias para todos os subsegmentos do setor”.

E aponta que o Brasil tem possibilidades para ser uma referência. “Em pouco tempo, o Brasil será uma vitrine para o mundo. Será uma chance única para mostrar ao mundo a vastidão da mesa brasileira. Sabemos que precisamos nos profissionalizar ainda mais para nos igualarmos a outros mercados de alimentação fora do lar mais desenvolvidos. Há um longo caminho a ser percorrido, mas com investimento em qualidade e na profissionalização do segmento, podemos alcançar o patamar dos países europeus e, até mesmo, dos Estados Unidos”, avalia.

O setor vem alcançando bons resultados em 2012 e a expectativa é fechar o ano com um crescimento semelhante ao registrado nos últimos quatro anos, de cerca de três vezes o aumento do PIB brasileiro, segundo Alberto, que apontou ainda para o trabalho que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária realiza pensando nesses megaeventos. “Sabemos que na área de segurança alimentar, a Anvisa vem trabalhando em um projeto de regulamentação para os megaeventos, com foco nos megaeventos esportivos de 2014 e 2016. Além de estar em discussão um plano de categorização de restaurantes, a exemplo do adotado em Los Angeles, nos Estados Unidos, que classifica os estabelecimentos em A, B ou C, de acordo as condições de segurança alimentar de cada um”.

As fusões no setor de alimentação chegaram a 11% do total das transações

De outubro a dezembro de 2010, as fusões e aquisições do setor de alimentação representaram 11% do total das transações do período, de acordo com dados da consultoria PriceWaterHouseCoopers. Para Alberto Lyra, nesses processos de compra e venda de empresas, há pontos positivos e negativos a serem considerados. “Se, por um lado, as fusões verticais contribuem para a profissionalização do setor, por outro, às vezes, também podem reduzir as opções para os consumidores”.

No Brasil, em número de estabelecimentos, o eixo Rio-São Paulo e as regiões Sul e Sudeste são as que mais se destacam, pois concentram a maior parte dos restaurantes do país. Só São Paulo possui mais de 55 mil estabelecimentos. Mas o diretor-executivo da ANR vê outras regiões com grande crescimento. “Quanto ao potencial de crescimento, as regiões que vem se destacando são o Norte e o Nordeste. Segundo pesquisa da Central Mailing, as duas regiões concentram a maior parte dos novos estabelecimentos do setor de alimentação fora do lar inaugurados em 2011. O Amapá foi o estado que registrou o maior crescimento, com uma variação positiva de 21,3% de 2010 para 2011. Em seguida, na relação, aparecem Pará (17,4%), Piauí (16,5%), Acre (16,1%), Paraíba (15,2%) e Roraima (15,2%)”.

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