Os moradores das áreas que serão desapropriadas para a reforma do aeroporto de Teresina Senador Petrônio Portella, localizado na zona Norte, pedem que a prefeitura realize uma reunião com os donos de imóveis instalados na avenida Centenário e na avenida Campo Maior. Eles reclamam que não têm nenhum informação de como a desapropriação irá acontecer.
"A gente não tem informação de nada. O decreto assinado pela prefeitura informa que a primeira área a ser desapropriada é a área A, mas a gente não sabe exatamente quais casas estão localizadas nela. Nós sabemos apenas que vamos sair, mas não temos informação de quando e nem para onde vamos. A prefeitura deveria fazer uma reunião com os moradores para especificar as áreas e dizer o que vai acontecer, quais as etapas da desapropriação. Como não há informações por parte da prefeitura, estamos buscando orientações com advogados", disse Sheila Maria, proprietária de frutaria na avenida Centenário.
Desde o dia 24 de fevereiro, técnicos e assistentes sociais da prefeitura realizam visitas aos moradores do entorno do aeroporto para aplicarem um questionário sócio econômico. O objetivo é montar um relatório da situação social de cada morador, visto que há muitos casos diferentes, em que alguns moradores das regiões que deverão ser desapropriadas para a reforma do aeroporto não estão com a documentação em situação totalmente regular. Para a reforma, 162 imóveis residenciais e 19 comerciais na avenida Centenário serão desapropriados, além de 165 na avenida Campo Maior.
Para Sheila Maria, as perguntas feitas durante as visitas dos técnicos não contemplam as pessoas que possuem pontos de comércio ou uma microempresa. Ela relata que o questionário procura saber apenas sobre a questão sócio econômica de cada entrevistado, sem levar em consideração a situação dos empregados.
"Eles não perguntam se as empresas estão organizadas, se o comerciante é registrado, o CNPJ, não pergunta nada em relação aos funcionários. No caso da frutaria da minha família, damos empregos para cinco pessoas. Eles possuem carteira assinada e dependem do emprego para sustentar suas famílias, mas, infelizmente, eu não posso dar a eles uma informação precisa sobre o que vai acontecer", afirmou.
Sheila conta ainda que os funcionários do seu estabelecimento comercial já pensam em pedir demissão. "Nós geramos emprego e renda, mas os funcionários estão preocupados com o destino deles. Às vezes, eles me perguntam para onde a gente vai e eu não sei responder, porque não tenho informação de nada. Eles pensam em pedir demissão e terei prejuízo com isso. Eu também não posso demiti-los, porque não tenho como pagá-los. Então, a gente tem que ter um tempo para se organizar", disse.
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