O jornal "O Globo" mostrou em sua edição desta segunda-feira (25/08), matéria sobre o Parque Nacional Serra da Capivara, localizado no sudeste do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias, onde mostra a falta de recursos para a manutenção do parque.
Intitulada "Falta de recursos ameaça Parque Nacional da Serra da Capivara", a matéria publicada na noite do último domingo (24), conta a historia do ponto turístico que reúne uma das maiores concentrações de tesouros arqueológicos do mundo, mas também mostra que o Parque está ameaçado por falta de investimentos, assim ocasionando a demissão de funcionários de preservação, como afirma a arqueóloga, presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fundham), que administra o parque, declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1991, Niède Guidon, à publicação.
"Os funcionários das guaritas protegiam o parque de incêndios e da invasão de caçadores. Mas tivemos que demitir todos os trabalhadores da manutenção. Os últimos foram embora no mês passado. As guaritas foram depenadas, as pessoas roubaram pias, privadas e até placas de energia solar. Chegaram a arrebentar as paredes para levar canos e fios elétricos. As pinturas rupestres estão desprotegidas. É todo um patrimônio que está em perigo", descreve.
Além de dar margem à depredação do patrimônio cultural, a falta de investimento acaba com as chances de se fazer do turismo uma locomotiva local, sendo o acesso uma das maiores dificuldades, como explica a matéria: "Enquanto isso, um dos maiores problemas para o turismo na Serra da Capivara é o acesso. O local fica a 570km da capital, Teresina. O Aeroporto Internacional de São Raimundo Nonato, cujas obras já consumiram mais de R$ 25 milhões e se arrastam há dez anos, ainda não foi inaugurado".
Para Niède o problema se torna ainda maior pois se deixa de gerar renda para todo o Estado, por falta de atenção com o local."O Piauí está perdendo 6 milhões de turistas ao ano, que é a média de visitantes nos patrimônios da Unesco. Estaríamos com toda a população empregada. É um potencial mal aproveitado", disse. Um alto número de visitantes já que seria 16 mil turistas por dia.
Na matéria, o pesquisador do Museu Nacional da UFRJ e membro-titular da Academia Brasileira de Ciência, o paleontólogo Alexander Kellner, também comenta sobre o descaso: "É triste ver como o país cuida mal de seu patrimônio. Essa é uma região extremamente importante porque conta como a espécie humana chegou à América do Sul. É preocupante ver seu estado de abandono. Uma pintura rupestre não pode ser retirada do seu lugar e colocada num museu, por exemplo. E isso requer cuidados e investimentos diferenciados".
CONFIRA FOTOS DO PARQUE SERRA DA CAPIVARA
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