Estudo conduzido pelo time global da Ernst & Young com mais de 60 investidores internacionais, incluindo fundos de private equity, bancos de investimento e fundos especializados no segmento imobiliário mostrou que o Brasil deve receber recursos de US$ 1 bilhão no setor hoteleiro nos próximos dois anos, em função do bom momento econômico e das perspectivas de desenvolvimento dos negócios com a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.
Segundo Rogério Basso, sócio-líder de transações para o setor imobiliário da Ernst & Young para a América Latina, os potenciais investidores planejam construção de hotéis e aquisição de redes já em operação, e há grande perspectiva para a implementação de empreendimentos de luxo. “Na América Latina, o Brasil tem, junto com o México, o maior volume de oportunidades potenciais, e o país tem um setor hoteleiro com recuperação robusta”, explica Basso.
O estudo ressalta uma relação das expectativas de investimentos com os dois eventos esportivos e também ao bom momento econômico. “Dois terços dos investidores estão com recursos comprometidos aos mercados emergentes, especialmente para o Brasil, nos próximos 24 meses. Trata-se de um volume substancial para o país, se levarmos em consideração que há uma década este era um destino considerado de alto risco, devido a instabilidade econômica, inflação, dívida e alta volatilidade da moeda”, disse o sócio da Ernst & Young.
Hotéis são prioridades em investimentos
A economia forte alavancada pela classe média e disponibilidade de crédito tem impulsionado também o mercado imobiliário brasileiro, incluindo tanto imóveis residenciais quanto comerciais e hotéis. O estudo revela que 50% dos investidores interessados no Brasil têm o setor hoteleiro como alvo principal.
Basso explicou que 60% dos investidores que estão entrando no mercado brasileiro têm buscado associação com parceiros locais por meio de joint-ventures. Entre os pesquisados, 85% se referem a fundos de investimento baseados nos EUA e 15% são fundos europeus.
O estudo também demonstrou que a maioria dos investidores que pretendem destinar recursos ao segmento hoteleiro no Brasil busca alternativas para o alto custo de terrenos para a construção de novos hotéis, programando a implantação de empreendimentos de uso misto.
Investidores estrangeiros não aparentam estar interessados em construção ou aquisição de hotéis visando passar adiante seus negócios quando estiverem próximos os eventos esportivos. Quase 60% dos respondentes indicaram que pretendem manter seus negócios por seis anos ou mais.
Ponderações
A análise traz também a percepção sobre os tradicionais obstáculos do mercado brasileiro continuam. A alta carga tributária e a legislação trabalhista podem dificultar retorno dos investimentos, e embora a transparência no setor financeiro tenha crescido nos últimos anos, ainda permanece uma relativa falta de informações para investidores.
Basso alertou que apesar do quadro favorável no Brasil, há preocupações dos fundos quanto à dois aspectos relevantes. Apesar da estabilidade política e econômica, há entre alguns um temor quanto a uma desvalorização do real como ocorreu no início da década. Além disso, investidores apontaram a carência de infraestrutura no país, sobretudo relacionada a aeroportos e rodovias.
fonte:http://www.jornaldeturismo.com.br/noticias/brasil/37467-fundos-devem-investir-r1-bi-no-setor-hoteleiro-no-pais-nos-proximos-dois-anos.html
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