terça-feira, 20 de dezembro de 2011

APÓS R$ 25 MILHÕES GASTOS aeroporto no Piauí não sai

Nem mesmo o compromisso público feito pessoalmente em emissoras de televisão, rádios, jornais e sites pelo governador do Piauí, Wilson Martins (PSB), surtiu efeito na retomada das obras do Aeroporto Internacional Serra da Capivara, na zona rural do município de São Raimundo Nonato, 525 km de Teresina. Passado-se quase 5 meses da promessa oficial, as obras no local continuam totalmente paralisadas, sem previsão para retomada.

No último final de semana nossa equipe sobrevoou o local (veja fotos inéditas) e constatou que o único trecho parcialmente finalizado é a pista de pouso e decolagem, mesmo assim com apenas 1.650 metros, quando o projeto original, base para a liberação dos recursos, diz que a pista deveria ter 2,5 mil metros. Em função disso, a Agência

Nacional de Aviação Civil (Anac), só liberou o local como aeródromo, sem permissão para operações comerciais.

Já o terminal de passageiros, principal área do aeroporto e que, quando concluído, terá o formato de uma pintura rupestre, está com sua estrutura entregue ao tempo, com colunas de concreto e barras de ferro sendo danificadas pelo sol, chuva, poeira e ventos. Na entrada do aeroporto que ainda não tem rede de energia elétrica nem abastecimento d’água, cercas de arame farpado não impedem a constante entrada de caprinos e bovinos, que dão as boas vindas aos visitantes.

As ideias para o local, formuladas há cerca de 10 anos pela equipe de pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), são grandiosas. Planeja-se voos charter direto da Europa com milhares de turistas que desejam conhecer as paisagens e a riqueza cultural do Parque Nacional Serra da Capivara que é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Na cidade, a expectativa dos empreendedores de turismo passa obrigatoriamente pela conclusão do aeroporto. Com ele, os empresários acreditam que o fluxo de visitantes terá um crescimento vertiginoso, impactando positivamente a economia local, gerando empregos e fonte de renda para uma população que vive assolada pelas constantes secas.

Nem mesmo a escolha da região com um dos destinos indutores da Copa do Mundo de 2014 foi suficiente para que as autoridades governamentais dessem prioridade a obra. Pelo ritmo que a obra caminhou nos últimos anos, na melhor das hipóteses, o terminal do aeroporto de São Raimundo Nonato começará a operar plenamente apenas alguns meses antes da copa de 2014, um sufoco para atender aos visitantes.

JORNAL FAZ LEVANTAMENTO DO DINHEIRO GASTO NA OBRA

Segundo o repórter João Domingos, em matéria publicada no jornal O Estado de SP, no dia 4 de setembro passado, “o Aeroporto Serra da Capivara deveria ter um custo total de R$ 20 milhões, mas a obra já consumiu R$ 25 milhões e vai precisar de mais R$ 8 milhões para ser concluída – e não se sabe quando.

A empreiteira Sucesso, que deverá tocar a obra até o fim, informou que não sabe quando recomeçará a trabalhar na construção do terminal. Por enquanto, mantém lá apenas um funcionário, que faz a vigilância da área. A Sucesso pertence ao senador João Claudino (PTB-PI). A primeira liberação do dinheiro para o aeroporto de São Raimundo Nonato foi feita em 30 de dezembro de 2002. No penúltimo dia da gestão de Fernando Henrique Cardoso, o governo federal destinou R$ 5 milhões para o futuro aeroporto.

Em fevereiro de 2003, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram anunciados outros R$ 7,43 milhões, provenientes do recém-criado Ministério do Turismo. O então ministro Walfrido Mares Guia foi pessoalmente ao Piauí anunciar o dinheiro, de um programa chamado Prodetur Nordeste 2. As obras tiveram início em 2004. Mais à frente, o governo Lula anunciou a liberação de outros R$ 8,33 milhões e o governo do Piauí comprometeu se com outros R$ 5 milhões de contrapartida”.


 
fonte: www.180graus.com

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