terça-feira, 29 de setembro de 2009

Turistas pagam R$ 800 para viver em aldeia indígena na Bahia


De dia, passeios guiados por índios pataxós, banho no rio, exercícios de arco e flecha, pintura do corpo e participação no ritual de confraternização. À noite, ao redor da fogueira, palestra sobre tradições e lendas indígenas e repouso em rede ou esteira, na oca. Nas refeições, pratos indígenas, claro.

Séculos atrás, essa rotina despertaria temor no homem branco. Hoje, turistas pagam R$ 800 para viver essa experiência durante cinco dias e quatro noites, em cinco aldeias na região de Porto Seguro (BA).

O passeio, criado pela agência Pataxó Turismo, atende no máximo a 12 pessoas por vez. As partidas ocorrem apenas nas semanas de lua cheia ou nova, sempre às terças-feiras. A empresa fica com 40% do valor e entrega aos índios os 60% restantes, conta Maria Luísa da Silva Cruz, dona da agência.

"Hoje, a principal fonte de renda das aldeias é o turismo", afirma Cruz, cuja agência oferece várias outras opções de passeios em áreas indígenas. O mais barato dura três horas e inclui visita a uma aldeia e degustação de um prato típico -R$ 45, com transporte. Estudantes visitam aldeia Krukutu, de índios guaranis que vivem em Parelheiros, bairro localizado na zona sul da capital paulista

Embora os brasileiros sejam maioria, muitos estrangeiros também procuram esses passeios. "Tem portugueses, argentinos, gente de vários países da Europa", diz Cruz.
Atualmente, segundo a dona da agência de turismo, a única aldeia da região que não tem um programa pago para receber turistas é a Coroa Vermelha, em cuja área foi celebrada, em 26 de abril de 1500, a primeira missa no Brasil, e hoje é uma espécie de bairro de Porto Seguro-com comércios e a maioria das casas de alvenaria.

As outras aldeias, situadas em reservas indígenas mais afastadas da área urbana, oferecem visitas pagas. "Isso começou há 11 anos, quando a única aldeia visitada era Coroa Vermelha e três índias pataxós propuseram a comercialização de passeios nas aldeias", conta. Os índios também lucram com a venda de artesanato. Um cocar chega a custar R$ 500, mas há peças bem mais em conta, como um apito (R$ 10, em média) ou um colar (R$ 15).

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u630054.shtml

Ismailon Moraes

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