O ano de 2012 poderá ser o mais caótico da história do transporte aéreo brasileiro, caso as obras de infraestrutura aeroportuárias não sejam implementadas. O alerta foi dado ontem por meio de uma nota oficial divulgada pelo Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e e Políticas em Transporte Aéreo reproduzindo declarações de representantes do setor e publicadas na mídia .
A nota destaca declarações do presidente da Gol Linhas Aéreas, Constantino de Oliveira Junior, onde afirma que é crítica a infraestrutura de terminais e de tráfego aéreo, principalmente nos aeroportos de São Paulo. "Até há pouco tempo a demanda era considerada inelástica, ou seja, as tarifas sofriam repasses da
ineficiência do sistema. Agora, com o estímulo da demanda o preço virou um regulador e com os limites dos aeroportos sendo alcançados mais rapidamente é necessário que os investimentos acompanhem essa trajetória", ressaltou o executivo.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) estima que a partir de 2012 as tarifas devam sofrer reajustes importantes se a infraestrutura não for equacionada. E para diminuir o impacto de preços ao longo deste ano e de 2011, a agência vai limitar os voos em alguns aeroportos no país.
Segundo a presidente da Anac, Solange Vieira, essa medida será tomada para que as companhias se programem e possam dar mais qualidade ao sistema atual. "Nesse ano, a falta de infraestrutura não será a razão para o reajuste de tarifas. Hoje, há espaço para as companhias crescerem, considerando as taxas de ocupação médias das aeronaves, que giram em torno de 65%. Ao final de 2011, os aviões poderão decolar com até 100% de sua capacidade. A partir de então, a
ineficiência na infraestrutura poderá sim pressionar os preços das passagens aéreas", disse Solange Vieira.
"Quando não se tem infraestrutura as tarifas vão para as alturas e é isso que queremos impedir. Vamos limitar os aeroportos para não vivermos novamente o
caos aéreo de alguns anos atrás." Pelo projeto da Anac, além de Congonhas e Guarulhos, os aeroportos de Confins, Brasília, Salvador, Fortaleza, Cuiabá e Viracopos (Campinas) terão limite de operações por hora.
Segundo Solange Vieira, essas medidas serão tomadas durante o horário de pico, que hoje é de quatro horas. "Esses terminais hoje já operam quase saturados e se nada for feito, até 2012 chegarão no limite do sistema. Por isso, o projeto
prevê a redução do horário de pico de quatro para duas horas, assim não haverá novos slots (espaços de decolagens e pousos) nesse intervalo", explicou a presidente da Anac.
A medida foi recebida com preocupação pelas estreantes no mercado aéreo brasileiro. O presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot, disse que isso pode ser um limitador do crescimento. "O desafio da falta de infraestrutura é grande e muito maior para as companhias entrantes. O problema não é para a Copa do Mundo ou para as Olimpíadas, deve ser resolvido agora. Temos que achar uma solução
para não prejudicar as empresas que hoje concorrem no mercado brasileiro", afirmou Janot.
O presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, afirmou que, para driblar a falta de infraestrutura e estimular a demanda, as companhias áreas devem ser criativas e audaciosas. "Os desafios estão na mesa e nos compete resolvê-los da melhor maneira possível . Caminhamos para a maturidade do setor e isso nos dá a posição de cooperar nas decisões que impactam o sistema", disse Barroso.
Questionada sobre investimentos em aeroportos pelo Brasil Econômico, a Infraero listou 12 aeroportos que devem receber investimentos até 2014. Todos os que foram citados por Solange Vieira constam da lista, mas em obras de reforma e ampliação de terminal de passageiros. Apenas o de Confis inclui nova pista de pouso e decolagem e pátio de aeronaves.
fonte:http://www.mercadoeeventos.com.br/script/FdgDestaqueTemplate.asp?pStrResolucao=1024&pStrLink=3,26,0,56031&IndSeguro=0
Ismailon Moraes
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