sábado, 17 de abril de 2010

Repleta de influência germânica, Joinville, em Santa Catarina, atrai turistas por sua história e sua área rural

A cidade foi por muito tempo tida como um lugar para negócios ou apenas um local de passagem entre destinos no sul do país. A “Cidade das Flores” está próxima tanto de sua capital quanto de Curitiba (PR), além de ficar também pertinho da praia, a apenas 45 km de São Francisco do Sul (SC). Joinville, entretanto, tem muito mais a oferecer.
O município revela em sua arquitetura os traços de sua cultura e colonização, que possui uma história curiosa. Em 1843, a princesa D. Francisca, filha de D. Pedro I, casou-se com o terceiro filho do então rei da França. A região onde hoje se encontra Joinville foi oferecida como parte do dote da princesa. Em 1848, o rei francês é destronado e, em dificuldades financeiras, vende estas terras ao senador alemão Christian Mathias Schroeder, que inicia um projeto de imigração ao território adquirido.

Esse processo possui forte influência até os dias de hoje. Para entender tudo isso, caminhe pelas ruas do centro e observe a arquitetura de traços germânicos, algumas delas se mesclando ao desenvolvimento da cidade. Observe a técnica de construção de algumas casas mais antigas, feitas em enxaimel (técnica em que as paredes são montadas com hastes de madeira encaixadas entre si). E, para saber mais sobre a chegada dos imigrantes e o impacto causado na sociedade do norte do Estado, visite o Museu de Imigração e Colonização. Em frente ao casarão que abriga o acervo do museu está um dos cartões postais da cidade: a rua das Palmeiras. Nos fins de semana e outros momentos em que a tranquilidade impera no local, pode-se ouvir o barulho das folhas ao vento. Acomode-se em um dos bancos ou na grama e observe as palmeiras de maior tamanho, plantadas em 1873.

Culturalmente, dois meses movimentam intensamente a cidade. Em novembro, o município se torna colorido e perfumado e dá boas-vindas à Festa das Flores. Em julho, artistas e turistas de toda parte do mundo estão presentes para conferir o Festival de Dança.

Não vá embora de Joinville sem conhecer sua área rural, onde permanecem mais fortes as raízes da cidade. Comece pela Casa Krüger, a 15 km do centro. Este patrimônio foi tombado pelo Estado em 1996 e hoje é posto de atendimento a quem deseja realizar o turismo rural por lá. Obter informações é essencial para prosseguir viagem. Mesmo que você saiba se deslocar por estes arredores, muitos locais necessitam de agendamento prévio para visitação, o que pode ser feito por telefone ou na própria Casa Krüger.
Das quatro regiões que compõem o turismo rural na cidade, a Estrada Bonita é a que está mais preparada para receber o visitante. O acesso é pela BR-101, com destino a Garuva. Aqui reina a calmaria, nada de vários ônibus cheios de turistas ávidos por fotos e com tempo marcado para o retorno. São oito propriedades abertas à visitação. Na entrada de cada uma delas, placas indicam sua respectiva especialidade, como a fabricação de pães, cucas, geleias, melado, mel, biscoitos e cachaça artesanal. Se puder, chegue logo pela manhãzinha na propriedade da família Kersten e observe a ordenha das vacas.

Deseja dormir e acordar sentindo o cheiro e ouvindo os barulhos típicos da fazenda? Reserve uma ou mais noites em uma das pousadas. Para as refeições, restaurantes tradicionais e familiares servem, por exemplo, marreco recheado, eisbein, kassler e, pelas tardes, um farto café colonial.
As regiões Dona Francisca e Quiriri estão ao norte do centro da cidade, após a passagem pela Casa Krüger e são cheias de pequenas estradas de terra, que saem da SC-301, conhecida como estrada Dona Francisca. Uma delas é a estrada do Pico, que abriga o Engenho de Eugênia Fleith, um alambique com produção artesanal de cachaça. Na estrada Isaak, vale a pena conhecer o Engenho de farinha Silva, que possui uma roda d’água e a produção de farinha artesanal.

Na própria SC-301 está o Max Moppi, propriedade que possui um alambique centenário e teve seu início com a venda de pastéis e produção de cachaça artesanal. Nos fins de semana, aproveite para provar a gastronomia típica dos imigrantes alemães, como o marreco assado ao forno de lenha, chucrute, spätzle e salsicha boch.

Se a ideia é admirar a natureza em sua forma mais bruta, opte pelas trilhas na Serra do Quiriri, com subida ao Monte Crista (967 m) e ao Pico Garuva (1292 m), com imagens de tirar o fôlego. Buscando um passeio mais fácil, a SC-301 também leva a um mirante na Serra Dona Francisca, a 550 metros de altitude, com vista do Vale do Rio Seco, onde a estrada foi construída em meados do século 19.

fonte:
http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/joinville.jhtm

Ismailon Moraes

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