Os visitantes serão levados até este local para em frente a uma vista panorâmica da pirâmide de Gizé, declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e situada a cerca de 20quilômetros do Cairo. Este novo local é ainda provisório porque, segundo explica outro dos trabalhadores, Omar, os estábulos definitivos ficarão na estrada que leva à localidade de Al Fayoum.

"Não entendemos o que quer Hawas", queixa-se o cameleiro rodeado de ruminantes e vendedores de papiros e outras lembranças sob o sol de meio-dia nas dunas do deserto. Hawas, o arqueólogo que está sempre com seu característico chapéu ao estilo de Indiana Jones e é encarregado de apresentar as descobertas arqueológicas, assegura que é uma tentativa de "salvar as pirâmides", e comemora que "tenham retirado os cavalos e carros do entorno das pirâmides".
"Muitos dos proprietários de camelos fazem coisas que danificam o turismo. Recebo cartas de turistas dizendo que nunca mais voltarão ao Egito porque foram maltratados ou acossados por eles", contou Hawas no semanário em inglês do jornal "Al-Ahram". O projeto de modernização do planalto de Giza, que lotou nos últimos dias o recinto de policiais em camelos, operários e máquinas, mudará o acesso da chegada dos ônibus.
"Os turistas poderão ver os estábulos tão logo desçam dos ônibus e isto ajudará a tomar uma decisão imediata sobre se montam ou não em cavalos ou camelos", explica Hawas. Mas nunca, pelas novas normas, poderão vagar em camelos ou cavalos perto das pirâmides, e sim longe delas. A principal novidade, no entanto, será a ampliação da oferta de transporte com o uso de carros elétricos, que "os turistas poderão pegar para chegar até a segunda pirâmide e depois caminhar pelo recinto", segundo Hawas. "A partir de agora ninguém ficará próximo dos turistas perguntando se querem montar em um camelo ou comprar uma lembrança", acrescenta o arqueólogo, que confessa que seu sonho "é limpar o planalto de Gizé e devolvê-lo a sua glória primitiva".
E, de quebra, contemplá-lo em carros elétricos. Estes carros transformaram-se no alvo das críticas dos cameleiros, que os consideram um concorrente de quatro rodas que terminará com o negócio deles. Enquanto explica seus motivos para opor-se à "invenção", Omar aponta para uma nova estrada que aparece na metade do deserto em direção às pirâmides e que empregados do governo pretendem acabar.
"Trabalharemos onde nos permitam, embora seja mais longe e os turistas terão maior dificuldade de chegar ali para montar em nossos animais", sustenta Omar. Diante das críticas do secretário-geral do Conselho de Antiguidades, que os acusa de enganar e abusar dos turistas, Omar responde que "eles não obrigam ninguém a subir em camelos". "Negociamos sempre o preço antes de os turistas montarem nos animais", assinala Gamal, que explica que seu trabalho começa cedo, "às 7h e termina às 16h", hora em que todos retornam para suas casas.
fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u732859.shtml
Ismailon Moraes
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