sábado, 26 de junho de 2010

O estilo SoHo, de Nova York, no bairro cultural de Braamfontein, em Johannesburgo

Nos anos 50, Braamfontein, um bairro empoleirado ao norte do Central Business District, era celebrado por três instituições culturais-chave – o Teatro Cívico, o Teatro Alexander e a Universidade de Witwatersrand – que ajudavam a manter o bairro artístico, intelectual e levemente integrado mesmo durante a época do apartheid. Hoje, o trio ainda forma a espinha dorsal do atrativo cultural de Braamfontein, apesar de suas ruas estarem bem mais vibrantes graças a uma nova geração de lojas de design, restaurantes, galerias e empreendimentos imobiliários residenciais.

O recém-chegado mais ambicioso pode ser o Co-Op (68 Juta Street; 27-11-023-0336; co-opjoburg.com), um espaço de arte com múltiplas salas que abriu em outubro passado e é uma parceria entre a What If the World Gallery, com sede na Cidade do Cabo, e a Dokter & Misses, uma marca local de design industrial. Na sala da frente, Katrin Lewinsky, a curadora de origem alemã da Co-Op, exibe tanto artes visuais quanto instalações de autoria de jovens sul-africanos (obras recentes de artistas como Cameron Platter e Dan Halter custam a partir de 15 mil rands, ou US$ 1.960, com o dólar cotado a 7,33 rands). Em uma sala mais ao fundo, os designers industriais Adriaan Hugo e Katy Taplin vendem seus móveis minimalistas, mas funcionais, como vasos de plantas metálicos para parede (2.800 rands), juntamente com modas frugais, com as camisas simples do estilista da Cidade do Cabo, David West (650 rands).

O espaço estilo galeria dobrando a esquina (apesar de ainda dentro do mesmo prédio grande) é o Tiltt (155 Smit Street; 27-11-339-5240), que oferece grifes globais de “street wear” com uma reverência pela alta cultura. Apesar das camisetas e agasalhos atraírem os descolados para dentro da loja, é a coleção de calçados cult da Tiltt, incluindo marcas como Creative Recreation e String Republic, com preços a partir de cerca de 150 rands, que os mantêm lá dentro. Do outro lado da rua, os designs cheios de contas da Willowlamp (6 De Beer Street; 27-11-403-6714; willowlamp.com) podem ser feitos sob encomenda para lares e escritórios em seu ateliê no local. As luminárias reluzentes, esculturais, parecidas com amebas, são populares nos restaurantes finos de Johannesburgo. Um chamativo candelabro cromado custa 45.990 rands.

Os designs de Willowlamp podem parecer um pouco deslocados no Café de la Vie (6 De Beer Street; 27-11-403-9805), um bistrô em um dos raros prédios vitorianos originais do bairro, com uma fachada verde-limão e interior rústico. O proprietário e chef, Deon Jacobs, serve pratos caseiros clássicos pan-europeus – peixe com batata frita, saladas de carne quentes – cercados de antiguidades e bugigangas contemporâneas, tudo à venda. Um conjunto de peças de cerâmica dos anos 50custa 200 rands

Em 2006, Carlyn Zehner, a proprietária do restaurante Narina Trogon (81 De Korte Street; 27-11-339-6645; narinatrogon.com), buscou injetar um pouco do estilo do SoHo (SoHo é um bairro na cidade de Nova York, em Manhattan, nos Estados Unidos) em Braamfontein. Três anos depois, as mesas ainda estão lotadas em seu restaurante verde azulado. O espaço tipo loft é elegante e moderno, com um belo jardim e um espaço para festa na cobertura, e o cardápio do restaurante inclui pratos igualmente ecléticos, como a caçarola de frango e legumes moçambicana (80 rands). Os cookies saídos do forno, bolos e tortas são acompanhados do forte café etíope Bean There, uma torrefadora local.

Um estabelecimento ainda mais velho, mas com um novo brilho, é o histórico Teatro Alexander (36 Stiemens Street; sem telefone; thealex.co.za), construído em 1951. Recentemente restaurado, o Alex, como é conhecido, recebe não apenas versões locais de sucessos da Broadway, como “Rent”, mas também soirées com coquetéis em seu bar Play, de cor escarlate. Como o próprio Braamfontein, o Alex é um lugar onde o velho se encontra com o novo.

Tradução: George El Khouri Andolfato

fonte:http://viagem.uol.com.br/ultnot/2010/06/25/o-estilo-soho-em-johannesburgo.jhtm

Ismailon Moraes

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