quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Criado e preservado pelo próprio Lula

O resultado da eleição presidencial terá reflexos positivos para o turismo. A continuidade e não continuísmo é fundamental para uma atividade econômica que precisa de tempo para a manutenção de uma política pública de longo prazo. O sucesso da Bahia no turismo, citado como exemplo até bem pouco tempo, foi exatamente este. Continuísmo de uma política pública para o turismo, que levou até o governo Jacques Wagner tentar seguir na mesma linha.

Na área federal, os avanços ocorridos nos últimos oito anos eram irreversíveis, tanto que ao receber a cópia do documento referencial 2011/2014, o representante do candidato José Serra fez questão de afirmar que o seu candidato manteria as conquistas do último período. Fez questão de destacar os acertos do Ministério do Turismo. Palavra de especialista, pois se tratava do último ministro do Turismo de FHC, Caio Luiz de Carvalho, um dos coordenadores da campanha tucana.

A eleição de Dilma e a sua compreensão com os megaeventos que ocorrerão no Brasil nos próximos anos, além da sua participação do PAC destinado às 12 cidades-sedes da Copa 2014, possibilitam ao setor a garantia de que a agenda relacionada à Copa e às Olimpíadas serão executadas.

A eleição no segundo turno e a onda midiática em torno de Serra serviu para que alguns setores do trade turístico se posicionassem, de forma especial alguns paulistanos, que apostaram numa virada de mesa e a volta do paulistério à Brasília.

Por outro lado, no próprio trade, a adesão corajosa de alguns dirigentes, especialmente os ligados à região Nordeste e ao Estado do Rio serviu para mostrar que os resultados do Governo Lula nos setor do turismo se traduz em votos. A nota triste fica por conta da falta de um projeto político maior que tenha como berço o trade turístico nacional. O setor tem sido tímido no jogo político. Não elege representantes para o legislativo e nem atua de forma mais direta nas eleições.

No caso do turismo, o setor tende, na sua maioria, a realizar uma mobilização similar ao que ocorreu na saída da ministra Marta Suplicy. Com a Copa e com as Olimpíadas, o Brasil não pode correr risco de uma politização do turismo. A gestão do ministro Barretto demonstrou o acerto do presidente Lula de blindar o ministério em um momento importante para o País de uma gestão partidarizada. O ministro correspondeu à confiança do presidente da República nesses dois anos e meio, realizou uma gestão técnica do turismo, passou pela execução de metas e objetivos de Estado e não apenas de governo. O próprio documento referencial é uma síntese desta postura de liderança.

As mudanças ocorridas na Embratur foram necessárias e finalizam um alinhamento de gestão. As diretrizes colocadas pelo novo presidente Mário Moysés deixam a promoção internacional plenamente sintonizada com o trabalho que era desenvolvido pelo ministério.

Com uma gestão técnica, o ministério precisa apenas recuperar a força e a experiência de alguns nomes que compuseram as suas primeiras equipes e que deixaram o segundo escalão num processo natural de final de gestão.

A vitoria de Dilma Rousseff traz para o turismo um sentimento de tranquilidade, porém é necessário que o estado de alerta do trade nacional, principalmente das lideranças que apoiaram a candidata, se mantenha.

De secretário-executivo à ministro de Estado, coube à Luiz Barretto quatro anos de uma gestão de resultados altamente positivo. Hoje, a mobilização em torno da sua permanência é fruto do resultado do seu trabalho. O mesmo sentimento que foi defendido na sua interinidade. O turismo, com Copa e Olimpíadas, é um trabalho que exige continuidade e forma de gestão que une trabalho de equipe e respeito ao mundo político. Esses atributos têm dado certo no turismo e lançaram as sementes para um 2014 e 2016 no qual o MTur deixa de ser coadjuvante e assume seu papel de protagonista. Papel para o qual foi escalado pelo próprio presidente da Republica, o seu idealizador.

Cláudio Magnavita é presidente da Abrajet-RJ (Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo) e membro do Conselho Nacional de Turismo.

fonte:http://www.jornaldeturismo.com.br/noticias/destaques/36716-reportur-mtur.html

Ismailon Moraes

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