No último final de semana nossa equipe sobrevoou o local (veja fotos inéditas) e constatou que o único trecho parcialmente finalizado é a pista de pouso e decolagem, mesmo assim com apenas 1.650 metros, quando o projeto original, base para a liberação dos recursos, diz que a pista deveria ter 2,5 mil metros. Em função disso, a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), só liberou o local como aeródromo, sem permissão para operações comerciais.
Já o terminal de passageiros, principal área do aeroporto e que, quando concluído, terá o formato de uma pintura rupestre, está com sua estrutura entregue ao tempo, com colunas de concreto e barras de ferro sendo danificadas pelo sol, chuva, poeira e ventos. Na entrada do aeroporto que ainda não tem rede de energia elétrica nem abastecimento d’água, cercas de arame farpado não impedem a constante entrada de caprinos e bovinos, que dão as boas vindas aos visitantes.

As ideias para o local, formuladas há cerca de 10 anos pela equipe de pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), são grandiosas. Planeja-se voos charter direto da Europa com milhares de turistas que desejam conhecer as paisagens e a riqueza cultural do Parque Nacional Serra da Capivara que é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
Na cidade, a expectativa dos empreendedores de turismo passa obrigatoriamente pela conclusão do aeroporto. Com ele, os empresários acreditam que o fluxo de visitantes terá um crescimento vertiginoso, impactando positivamente a economia local, gerando empregos e fonte de renda para uma população que vive assolada pelas constantes secas.

Nem mesmo a escolha da região com um dos destinos indutores da Copa do Mundo de 2014 foi suficiente para que as autoridades governamentais dessem prioridade a obra. Pelo ritmo que a obra caminhou nos últimos anos, na melhor das hipóteses, o terminal do aeroporto de São Raimundo Nonato começará a operar plenamente apenas alguns meses antes da copa de 2014, um sufoco para atender aos visitantes.
JORNAL FAZ LEVANTAMENTO DO DINHEIRO GASTO NA OBRA
Segundo o repórter João Domingos, em matéria publicada no jornal O Estado de SP, no dia 4 de setembro passado, “o Aeroporto Serra da Capivara deveria ter um custo total de R$ 20 milhões, mas a obra já consumiu R$ 25 milhões e vai precisar de mais R$ 8 milhões para ser concluída – e não se sabe quando.

A empreiteira Sucesso, que deverá tocar a obra até o fim, informou que não sabe quando recomeçará a trabalhar na construção do terminal. Por enquanto, mantém lá apenas um funcionário, que faz a vigilância da área. A Sucesso pertence ao senador João Claudino (PTB-PI). A primeira liberação do dinheiro para o aeroporto de São Raimundo Nonato foi feita em 30 de dezembro de 2002. No penúltimo dia da gestão de Fernando Henrique Cardoso, o governo federal destinou R$ 5 milhões para o futuro aeroporto.

Em fevereiro de 2003, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram anunciados outros R$ 7,43 milhões, provenientes do recém-criado Ministério do Turismo. O então ministro Walfrido Mares Guia foi pessoalmente ao Piauí anunciar o dinheiro, de um programa chamado Prodetur Nordeste 2. As obras tiveram início em 2004. Mais à frente, o governo Lula anunciou a liberação de outros R$ 8,33 milhões e o governo do Piauí comprometeu se com outros R$ 5 milhões de contrapartida”.


fonte: www.180graus.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário