domingo, 20 de setembro de 2009

Rivalidades à parte, cachaça almeja ser mais do que caipirinha no exterior


Cachaça da boa mesmo é produzida em quase todo o Brasil. E outra boa notícia: São Paulo produz algumas das melhores cachaças já há algum tempo, superando inclusive as badaladas pingas mineiras. No 1º Concurso da Cachaça, realizado durante o 5º Brazilian Meeting on Chemistry of Food and Beverages, em 2004, em São Carlos, a 232 km de São Paulo, a vencedora na categoria "cachaça envelhecida" foi a Cachaça do Rei, de Capivari, a 137 km de São Paulo. Na categoria ‘descansada’, outra paulista: a Cachaça Campanari.

Às vésperas de a cachaça ser reconhecida como um produto legítimo do Brasil pelos Estados Unidos, a qualidade da bebida é o ponto central que vem sendo discutido pelos produtores e especialistas. A produção anual no país é de 1,2 bilhão de litros e existem cerca de 30 mil produtores envolvidos no setor, segundo estimativa da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Cachaça. Cerca de 46% deste total é produzido em São Paulo.

A ressalva a ser feita é que apenas uma pequena parte desta produção pode ser considerada de qualidade. “Tem a qualidade e tem o mercado. São coisas diferentes”, enfatiza o professor Douglas Franco. Ou seja, o consumidor que quiser apreciar uma boa cachaça tem de deixar de lado as que são oferecidas nos balcões dos bares ou as que estão expostas nas gôndolas dos supermercados.

Segundo José Batista de Almeida e Silva, professor de tecnologia de bebidas da engenharia de bioquímica da Universidade de São Paulo (USP) de Lorena, é possível produzir cachaça com fermento de padaria e consumi-la em dois dias. “A questão, no entanto, é a qualidade. As de boteco, por exemplo, não são nem envelhecidas. Não tem qualidade alguma. Para produzir uma cachaça artesanal de qualidade, é preciso uma série de cuidados, como a escolha da levedura, da madeira e outros itens”, garantiu.

Devido a isso, a cachaça acaba virando alvo de preconceito, segundo os produtores. “O pessoal enche a boca para dizer que toma uísque, mas que não toma cachaça. Uísque se não for envelhecido os oito anos é muito ruim. Uma cachaça de boa qualidade é tão saborosa quanto um uísque”, defendeu Christian.

fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1309006-5605,00-RIVALIDADES+A+PARTE+CACHACA+ALMEJA+SER+MAIS+DO+QUE+CAIPIRINHA+NO+EXTERIOR.html

Ismailon Moraes

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