
O estupa Kyaikhtiyo, Mianmar
Equilibrado em uma posição de tirar o fôlego, como se forças mágicas o tivessem depositado ali, o "Penedo Dourado" se eleva sobre o precipício e parece desafiar as leis da Física. Diz a lenda que um fio de cabelo do Buda o segura no lugar. O cabelo estaria localizado embaixo do santuário, erigido sobre a rocha com a forma de um dedo divino que aponta para o céu. Para os budistas este lugar é sagrado. Mas a extraordinária escultura não se deve a forças sobrenaturais, e sim a um processo geológico chamado "erosão esferoidal". Esta esfoliação pela ação do tempo ocorre ao longo de fissuras e abismos nas rochas, de cima para baixo, até que finalmente surgem blocos arredondados individuais, frequentemente empilhados uns em cima dos outros. O fenômeno é particularmente impressionante no caso deste rochedo de granito.

Nazca, Peru
Em Setembro de 1936 arqueólogos descobriram, nas proximidades da cidade peruana de Nazca, no sopé dos Andes, alguns sulcos em linha reta no solo dos pampas. A interpretação, na época, foi a de que eram antigos canais de irrigação. Alguns anos depois, o professor de História norte-americano Paul Kosok e a geógrafa alemã Maria Reiche encontraram incontáveis outros sulcos - muitos dos quais não são retos, mas ordenados em forma de espiral.
Perplexos, os pesquisadores verificaram que outras linhas, quando observadas do ar, formam imensas figuras no chão: um beija-flor, um cachorro, uma aranha, um macaco e um condor com uma cauda de quase 50m de comprimento. Juntas, as obras de arte cobrem uma área de quase 400km2

As pirâmides de Gizé, Egito
Entre as sete maravilhas da Antiguidade, as pirâmides de Gizé são as únicas que resistiram à passagem do tempo. A maior delas ergue-se a uma altura superior a 146 metros e foi dedicada ao faraó Quéops, que reinou por volta de 2500 a.C. Provavelmente, as pirâmides não são apenas monumentos, mas também templos funerários. No interior da de Quéops existe um sarcófago de granito - vazio. Muitos pesquisadores presumem a existência de outras câmaras mortuárias no interior dessa construção impressionante. Elas ainda não teriam sido descobertas, em razão de terem sido alojadas, de acordo com um plano secreto, em algum ponto profundo da pirâmide.
Alguns cientistas ainda arriscam outras funções para as pirâmides. Suas sugestões vão desde observatórios astronômicos, até bunkers, que deveriam servir aos egípcios como um refúgio do Dilúvio bíblico.

Meoto-Iwa, Japão
Ligados por uma grossa corda trançada, de palha de arroz, os Meoto-Iwa - os Rochedos Casados - despontam do Oceano Pacífico, na costa sudeste do Japão. Qual é a sua história?
Os seguidores do Xintoísmo veneram o casal de pedra, na baía de Ise, como um santuário. Segundo a antiga tradição nipônica, o monumento representa o homem, a mulher e sua ligação divina. Três vezes por ano - em maio, setembro e dezembro -, a chamada corda Shimenawa (que pesa mais de uma tonelada) é substituída em uma cerimônia sagrada. Diz a lenda: o vínculo entre casais que, em uma manhã de verão, virem o Sol nascer duas vezes mais alto entre a mulher de pedra marinha e seu marido, será eterno.

Stonehenge, Inglaterra
Os megalitos de até 7,5m de altura e 50 toneladas, perto da cidadezinha britânica de Salisbury, constituem uma das ruínas mais enigmáticas do mundo. São gigantescos blocos verticais de arenito, encimados por blocos horizontais igualmente maciços. Homens da Idade da Pedra os teriam transportado até lá - de uma distância de 30 km. Mas como e, principalmente, por quê, ninguém sabe dizer com exatidão.
Historiadores do século XVII presumiam que esses círculos sagrados teriam sido templos dos antigos druidas celtas. Em 1965, o professor de Astronomia Gerald Hawkins, de Boston, EUA, defendeu em seu livro Stonehenge Decoded ("Stonehenge Decifrado") a ideia de que se trataria de um "instrumento de cálculo da Idade da Pedra", com o qual era possível prever eclipses lunares. Ou será que Stonehenge, o "lugar das pedras suspensas", seria um cemitério?
Há pouco tempo, o arqueólogo britânico Mike Parker Pearson conseguiu provar que partes de esqueletos, encontrados nas proximidades das pedras, datavam de 3000 a.C. aproximadamente. No outono de 2008, o cientista propôs que as primeiras pedras já poderiam ter estado ali, como uma "catedral da Pré-História". Uma nova estimativa que, além de sensacional, contradiz a teoria druida. Ao que tudo indica, os sacerdotes celtas só vieram a habitar aquela região mais de mil anos depois - se é que existiram.

Machu Picchu, Peru
Frequentemente envolta por neblina, a "Cidade Inca", no Sul do Peru, é tão bonita quanto misteriosa. Em uma área de 1.000 metros de extensão por 500 metros de largura, no topo de uma montanha, estendem-se palácios e templos, casas, ruas pavimentadas, amplas praças e tanques d'água. Do templo principal, com seu grande altar de oferendas, escadas levam ao ponto mais alto da cidade - a mais de 2.450 metros de altitude. É lá que domina um misterioso bloco de granito, do qual se projeta uma pedra trapezoide. Alguns arqueólogos presumem que "o ancoradouro do Sol" tenha servido como observatório astronômico.
Acredita-se que os incas tenham construído Machu Picchu no século XV, para abandoná-la novamente no século seguinte. Durante muitas gerações, a cidade permaneceu oculta debaixo de pedras e plantas da mata tropical - razão pela qual ela provavelmente escapou da destruição pelos senhores coloniais espanhóis. Em 1911, o arqueólogo norte-americano Hiram Bingham descobriu as ruínas. Maravilhado com seu aspecto, ele considerou o platô como "a última capital do Império Inca".

Triângulo das Bermudas, Mar dos Sargaços
O mito desta região marítima, delimitada pela extremidade sul da Flórida, Porto Rico, e as Ilhas Bermudas, data de 5 de dezembro de 1945. Naquele dia, cinco aviões torpedeiros decolaram de uma base da Marinha norte-americana, em Fort Lauderdale, para um voo de treinamento. A esquadrilha se desviou do curso; o contato por rádio emudeceu. Um sexto avião foi enviado em missão de busca, mas em pouco tempo sua tripulação também parou de se comunicar. No dia seguinte foi lançada uma gigantesca ação de busca, com 300 aviões do Exército, apoiados no mar por dezenas de navios de guerra e submarinos. Sem sucesso. Enquanto isto, pessoas interessadas descobriam, em arquivos secretos, diversas indicações de acontecimentos enigmáticos nesta região, onde a profundidade pode ultrapassar 5.000 metros.
O triângulo marítimo ficou mundialmente famoso em meados da década de 1970, quando o escritor Charles Berlitz publicou o Triângulo das Bermudas - traduzido em 20 idiomas, em cinco milhões de exemplares. Ele descreve como barcos pesqueiros, aeronaves militares e de passageiros foram engolidos pelo mar - mais de 100, desde o início do século XIX. Em seu livro, Berlitz desconfia que extraterrestres tenham sequestrado as naves. Diante disso, críticos do livro imediatamente começaram a apontar erros. Muitos navios e aviões mencionados pelo autor teriam se acidentado, de fato, em outros lugares. Mais de 50 casos "misteriosos" poderiam ser explicados por panes técnicas, tempestades e erros de navegação.
DICAS DE VIAGEM
Lugares míticos observados de perto
Estupa de Kyaikhtiyo: Mianmar é abençoado com incontáveis maravilhas como o Penedo Dourado, mas é uma nação governada por uma rígida junta militar. Quem quiser, apesar disso, viajar pelo país, deveria confiar seu projeto a uma agência especializada. É possível chegar por conta própria ao sacrário dourado, de mais de 2000 anos, localizado a cinco horas de distância, de carro, de Yangon (antiga Rangum), a maior cidade do país. Contudo, a partir de Kinpun, a circulação de veículos particulares não é mais permitida e é preciso prosseguir de carona. Os últimos 600 metros até o topo da montanha são percorridos a pé. Quem quiser, pode contratar os serviços de um porta-bagagem - ou se deixar levar em uma liteira. Pernoite favorável: no Mountain Top Hotel, ao lado do Penedo. Seus quartos modestos, porém impecavelmente limpos, estão praticamente grudados na montanha.
Nazca: Os geóglifos do macaco, cachorro e condor são visíveis apenas de um avião. Do chão, os pampas de Cahuachi se parecem com qualquer outra planície. Com tempo bom, há vários voos panorâmicos por dia. Um tour curto, que parte do aeroporto de Nazca, custa cerca de R$ 150,00 (55 euros), mas é uma questão de pechinchar! O melhor é partir pela manhã, por que as imagens são mais nítidas na luz suave.
Pirãmides de Gizé: Localizadas a apenas 15km do centro de Cairo, pode-se chegar aos monumentos por meio de transportes públicos ou de táxi - e, é claro, a visita é parte integrante de qualquer viagem de turismo em grupo ao Egito. O tour pelo interior da pirâmide de Quéops está limitada a dois grupos de 150 pessoas por dia. Os ingressos são vendidos às 8 horas e às 13 horas em uma bilheteria defronte à pirâmide.
Meoto-Iwa: É possível fazer várias excursões ao redor de Ise, uma cidade na península japonesa de Shima. De início, uma breve visita aos "Pais", na praia de Ise. Trata-se das divindades da criação Izanagi e Izanami, simbolizadas por Meoto-Iwa, o casal de rochas. O melhor é fazer a visita durante a maré alta; na baixa, o santuário "fica no seco". A pouca distância à pé (que também pode ser coberta de ônibus), reside a "Filha" - a deusa do Sol, Amaterasu, a quem é dedicado o santuário mais sagrado de Ise-jingu.
Stonehenge: Quem quiser entrar no interior do círculo de pedras, precisa do ingresso "Stone Circle Access". Um máximo de 26 visitantes têm a oportunidade de explorar Stonehenge antes ou depois dos horários oficiais de visitação. O ingresso custa cerca de R$ 44,00 (16 euros) para adultos. Para visitações nos meses de verão, é importante fazer reservas com grande antecedência - www.english-heritage.org.uk/stonehenge. Somente na noite do solstício de verão (em geral dia 21 de junho) é possível visitar as pedras gratuitamente - mas, neste caso, o visitante terá que compartilhar sua experiência com outras 30.000 pessoas aproximadamente.
Machu Picchu: Quem quiser ver o Sol nascer sobre Machu Picchu, precisa levantar muito antes dele. A cidade inca fica longe da civilização e um pernoite no único hotel vizinho www.sanctuarylodge.net custa a partir de R$ 1.013,00 (370 euros) por pessoa. O primeiro ônibus para as ruínas parte às 05h30min da praça principal de Águas Calientes, o vilarejo mais próximo. Ingressos para a cidade inca só podem ser obtidos aqui.
Triângulo das bermudas: Mergulhadores amadores podem observar de perto alguns dos mais de 1.000 destroços supostamente gerados por desastres inexplicados. Esta região marítima varia em profundidade. Como souvenires existem os Bermuda Shipwreck Certificates (Certificados de Destroços de Navios das Bermudas). Os preços, por mergulho (fora o equipamento), variam a partir de R$ 150,00 (55 euros). Informações em: Blue Water Divers and Watersports, www.divebermuda.com.
fonte:http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/7/artigo156112-1.asp
Ismailon Moraes
Nenhum comentário:
Postar um comentário