
Ao ler livros de história, geografia e poesia, eu literalmente sentia-me naqueles lugares, mas era pouco, queria senti-lo, tocá-los, pisar neles, conhecer seus personagens, etc. A infância se foi, as responsabilidades chegaram e os sonhos foram arquivados.
Aos poucos, os sonhos foram voltando e tornando-se cada vez mais intenso e, aos 30 anos, vivendo uma rotina estressante na advocacia e na cidade grande, comecei a pensar que não poderia passar a vida sem viver aquele sonho, logo, resolvi vivê-lo e fazer dele meu novo estilo de vida, assim como fez Shakcleton e Amyr Klink, este, minha maior fonte de inspiração.
Assim, por aproximadamente um ano, planejei tudo e parti. Inicialmente para uma expedição de oito meses, entretanto, fui descobrindo novos caminhos e percebendo que desbravá-los me deixava cada vez mais feliz e a ideia de retorno deixava-me profundamente angustiado. Logo, fui me desprendendo do retorno e me apegando a possibilidade de novos rumos.
Comemoração - Assim, faço hoje um ano de expedição e ainda tenho mais um ano e meio. Minha filosofia é usar apenas a força de meu corpo como instrumento de propulsão, não poluindo nunca, me fortalecendo e despertando a admiração de muitas pessoas que conheço pelo caminho. Desta forma a Expedição Conectando vai se tornando a maior do país, vou aprendendo cada vez mais, me fortalecendo para o que ainda falta desta e pensando nas próximas.
Convivo com nossas origens: com Índios, Caboclos, Quilombolas, Pescadores, Ribeirinhos, Homens do Campo, etc. Com eles aprendo a importância da humildade, da solidariedade, percebendo que o que deveria impulsionar o mundo seriam os valores humanos e não os sociais, assim a única coisa que nos faria diferentes uns dos outros seria nossa impressão digital e nada mais.
Já pedalei mais de 7.000 quilômetros de Paraty (RJ) até o Parque Nacional da Amazônia, em Itaituba (PA), atravessei o Rio São Francisco nadando, surfei a pororoca em São Domingos do Capim (PA), remei pelos Rios Capim Guamá e Tapajós, num total de aproximadamente 1.000 quilômetros.
E o desafio continua...
Carrego em meu Caiaque uns 40 quilos de carga, sendo a maioria comida. Agora estou entrando no Rio Amazonas contra a corrente, o que me dará muito trabalho e paciência até Manaus. Depois sigo pelo Rio Negro de Manaus até São Gabriel da Cachoeira, onde subirei o Pico da Neblina (mais alto do país, com 3.014m).
Retorno e sigo remando pelo Rio Negro até a fronteira da Venezuela onde pego Canal de Cassiqueira que liga o Rio Negro ao Orinicco. Desemboco neste e remo até o Delta no Mar do Caribe, num total de mais de 5.000 quilômetros de remadas por rios.
Do Delta do Orinocco, no Mar do Caribe, remo por mar de volta para o Brasil passando por Guiana Francesa, Suriname e Guiana até o Cabo Orange (extremo norte marítimo brasileiro) e daqui remo até o Chuí (extremo sul).
Mais informações sobre a viagem e os lugares que passei: expedicaoconectando.blogspot.com
fonte:http://webventureuol.uol.com.br/rafting/conteudo/noticias/index/id/29385
Ismailon Moraes
Nenhum comentário:
Postar um comentário