sábado, 30 de junho de 2012

Drinques originais e música ao vivo são as apostas dos novos bares de hotéis de Nova Orleans


  Powell riu, sacudindo a cabeça e metade do público - uma mistura de hóspedes do hotel e moradores da região que tinham acabado de sair do trabalho - o imitou. A bartender, Christine Jeanine Nielsen, começou a trabalhar com concentração redobrada na mistura das bebidas e coquetéis clássicos - como o pisco sour servido com suco de beterraba, o coquetel "bola de neve" Aviation, servido sobre gelo moído. Depois que as risadas diminuíram, Powell fez uma versão blues de "You Are My Sunshine" numa voz que lembrava muito a de Ray Charles nos bons tempos.

No Windsor Court (300 Gravier St.; 504-523-6000; windsorcourthotel.com), o bar recém inaugurado é o exemplo perfeito da nova tendência que surge em Nova Orleans: hotéis que pretendem conquistar a clientela através de uma reforma no bar. Em vez de oferecer bebidas caras somente para os hóspedes, os novos bares estão fazendo sucesso entre os moradores porque renovaram a carta de coquetéis e incrementaram a oferta de pratos numa cidade famosa por seu cenário gastronômico e pela cultura etílica.

No Windsor Court, isso significa criar um espaço no saguão que ofereça invencionices caprichadas e música ao vivo, dois fatores essenciais para atrair a população local. "A música atrai o pessoal", confirma Skip Adams, diretor de alimentos e bebidas. "Também queremos conquistar aqueles que gostam de criar coquetéis e os executivos que estão saindo do escritório."

O Hotel Modern do Warehouse District (936 St. Charles Ave.; 504-962-0900; thehotelmodern.com) abriu este ano com duas opções para atrair os paladares locais: o primeiro é o Tamarind, um restaurante em que a gerente do bar, Kimberly Patton-Bragg, serve bebidas para complementar o cardápio inspirado na culinária vietnamita - e demonstra muita sensibilidade criando sabores complexos como vodca com infusão de tamarindo e xarope de pimenta num único copo.

O segundo bar do Modern representa o trabalho de bartenders cujo interesse em coquetéis obscuros produziu o Bellocq, uma homenagem contemporânea ao bairro de Storyville. Neal Bodenheimer e Kirk Estopinal, responsáveis pelo prestígio do Cure, trabalham com coquetéis do século 19 - como o cítrico Rye Smash e uma lista de cobblers, bebidas preparadas à base de vinho (xerez, porto, Madeira).

"Queremos oferecer uma nova opção ao público", explica Bodenheimer. "Há muitos profissionais jovens no Warehouse District e no Central Business District; queremos oferecer a esse pessoal uma experiência boa que não seja cara como a de um bar de hotel."

O chef John Besh construiu seu império em cima de parcerias com hotéis, principalmente o Domenica (123 Baronne St.; 504-648-6020; domenicaresturant.com), dentro do clássico Hotel Roosevelt. Em 2009, ele deu a Alon Shaya a chance de conquistar uma reputação de prestígio com a cozinha italiana regional, incluindo um salumi curado artesanal.

Quando o Hyatt Regency reabriu seu prédio de 32 andares à sombra do Mercedes-Benz Superdome, Besh anunciou uma parceria semelhante com Brian Landry, do Galatoire's. A dupla criou o Borgne (601 Loyola Ave.; 504-613-3860; borgnerestaurant.com), dedicado aos frutos do mar do litoral da Louisiana. O salão, arejado e simples, ajudou a mudar a imagem dos tradicionais "sujinhos" familiares espalhados pela costa do estado. Os destaques ficam por conta do remoulade apimentado de camarão e o delicado linguado recheado.

Até o Hotel Monteleone, no Bairro Francês (214 Royal St.; 504-523-3341; hotelmonteleone.com), transformou seu tradicionalíssimo Bar Carousel - que ganhou muito mais espaço do que antes, com área para um segundo bar, uma sala de espera espaçosa e janelões dando para a rua. Com uma área maior, o Carousel se tornou uma opção bem mais interessante para aqueles que quiserem uma saideira ou uma dose do clássico kitsch de New Orleans antes de cair na cama.

fonte: http://viagem.uol.com.br

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