sábado, 30 de junho de 2012

Grupo hoteleiro americano Hyatt vai a São Raimundo Nonato (PI) e se depara com esgoto

No dia em que o município de São Raimundo Nonato (525 km de Teresina), completa 100 anos de emancipação política, a cidade receberá representantes do grupo hoteleiro americano Hyatt que vem conhecer o potencial do Parque Nacional Serra da Capivara e a possibilidade de fazer investimentos no ramo de hotelaria internacional na região do semiárido piauiense. O objetivo é incrementar o turismo nos parques da Serra da Capivara e Serra das Confusões.

Era para ser um dia de muita festa, no entanto, o que os investidores irão observar na cidade é muita sujeira, entulhos espalhados pelas principais entradas, ruas esburacadas, urubus e, principalmente, o esgoto espalhado pelas ruas e as obras do Aeroporto Internacional Serra da Capivara, totalmente paralisadas conforme uma série de denúncias feitas ontem (domingo), pelos principais jornais e sites do Piauí.

Urubus no bairro Santa Luzia, entrada do município. (Foto: Portal SRN)


O convite para que os representantes do grupo hoteleiro Hyatt venham conhecer o Parque Nacional Serra da Capivara partiu dos pesquisadores da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham). "O Hyatt é uma companhia privada de administração hoteleira no segmento de luxo que começou a operar no Brasil há uma década investindo 100 milhões de dólares no 'Grand Hyatt', em São Paulo, o primeiro do grupo no Brasil", diz a jornalista Marta Tajra.

A construção de seus empreendimentos obedece a rigorosas normas americanas de qualidade e segurança, com prêmios acumulados de melhor hotel pelas revistas Viagem & Turismo e Quatro Rodas. "Para se ter uma pequena ideia do que é este conglomerado, o Hyatt fatura mais de doze bilhões de dólares por ano. O grupo - por incrível que pareça - mostrou interesse em investir na região do entorno do Parque Nacional Serra da Capivara", garante a jornalista que faz parte da Associação de Amigos do Parque.

Infelizmente os pesquisadores da Fumdham ficarão envergonhados quando os investidores tiverem a necessidade de passar pela zona urbana da cidade. A decepção já deve ocorrer no próprio desembarque do grupo no aeroporto que está com as obras paralisadas. A finalização do aeroporto é a pedra fundamental para que o grupo possa iniciar os investimentos na cidade. A tristeza deve prosseguir com a visita ao Museu do Homem Americano. O lugar é referência mundial de tecnologia e qualidade técnica, porém, a avenida que leva ao museu, totalmente esburacada, pode desestimular os empresários pois, de certa forma, mostra como os políticos do Piauí tratam o potencial da região.

Ao chegar na cidade que hoje completa seu centenário, ao invés de festa e muita comemoração, eles vão ver uma cidade abandonada pelo poder público, com esgoto pelas ruas, com energia capenga, onde falta água toda a semana e onde as instituições não mostram serviços de interesse coletivo, nem mesmo a Justiça que poderia interferir no caos que se transformou a administração do município. Ao contrário, o atual prefeito responde a uma série de processos sem, contudo, algum resultado.

Por outro lado, ao chegar ao Parque Nacional Serra da Capivara os investidores conhecerão uma reserva ambiental que é modelo em todo o planeta, onde a qualidade de seus serviços e da estrutura não faz inveja a qualquer parque da Europa ou dos Estados Unidos, com sinalização bilingue, passarelas, iluminação para visitas noturnas, rampas de acesso para portadores de necessidades especiais e onde está preservado o maior patrimônio arqueológico do Brasil.

Na cidade, a única coisa boa para mostrar aos americanos talvez seja a Exposição Iconográfica São Raimundo Nonato Cidade Centenária (1912-2012) que, ao contrário do que eles poderiam pensar, não foi planejada e executada pela Prefeitura do município nem pelo Governo do Estado. Ao contrário, ela é resultado da dedicação de um grupo de apaixonados pela cidade, liderados pela empreendedora Socorro Macêdo, com a ajuda de diversos segmentos da sociedade civil, entre eles destaque para as instituições UNIVASF, UESPI, IPHAN e FUMDHAM através do projeto Pró-Arte, além do apoio da Diocese de São Raimundo Nonato. 

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