sábado, 27 de dezembro de 2014

Inauguração do Acquario deve ser retardada em Fortaleza

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Neste mês, as áreas do entorno do empreendimento foram decretadas de utilidade pública, para fins de desapropriação. A área inclui o residencial Vila de Iracema, o galpão da antiga Alfândega e um terreno dos Correios
FOTO: KIKO SILVA
O processo de desapropriação no entorno do Acquario Ceará e definição das áreas de estacionamento no local deverão retardar a inauguração do projeto. Anunciada para o fim do ano que vem, a entrega do novo equipamento turístico do Estado poderá levar mais seis meses, conforme estima o governador Cid Gomes.
"Acho que levará ainda 18 meses, mais ou menos (contados deste mês de dezembro). Imagino que será inaugurado em 2016, pelo andar da carruagem", afirmou o governador. Neste mês, um decreto publicado no Diário oficial do Estado tornou de utilidade pública, para fins de desapropriação, a área do entorno do Acquario, que inclui o galpão da antiga Alfândega, uma área dos Correios e o residencial Vila de Iracema.
De acordo com o governador, até este período de 18 meses já deverá estar encaminhada a solução para a questão dos estacionamentos do local, pelo menos em uma primeira etapa. "Isso não quer dizer que toda a quadra já vai estar desocupada e servir como estacionamento. Você pode começar, por exemplo, com os Correios, que já é uma área muito grande. Só a área dos Correios, que é o que a gente já está em negociação, já resolveria um médio prazo, ou num primeiro momento, a questão de estacionamento", aponta.
Cid Gomes disse que a intenção é integrar, em uma política de urbanismo, a área do Dragão do Mar, o Centro Cultural da Caixa Econômica Federal e a Praia de Iracema e, para isso, a quadra em questão teria papel fundamental, segundo ele. O projeto imaginado é que se façam, nesta região, praças públicas, com estacionamentos subterrâneos e com a possibilidade de se realizar uma parceria público-privada (PPP) para algumas torres de hotelaria.
Diálogo
Afirmando que as desapropriações não ocorrerão sem diálogo direto do governador ou de pessoa próxima a ele com a população que habita o residencial Vila de Iracema, Cid disse que este processo ainda não foi iniciado neste momento. "O que fizemos agora não foi o ato de desapropriação. O que fizemos agora foi formalizar exigência, para efeito de licenciamento. O Ministério Público tem cobrado muito da secretaria do Município que dá o licenciamento que o Rist (Relatório de Impacto sobre o Tráfego) encontre solução no médio prazo", explica.
"Na gestão do Camilo é que deverá haver as ações de fato de desapropriação, que vão, pelo que eu conheço do Camilo, ter a mesma estratégia. O Camilo ou alguém próximo a ele vai lá para fazer as negociações, com boa parte da área lá", complementa o governador, que termina seu mandato no fim deste mês.
Além do condomínio, o governo já está em negociação com os Correios para que seja feita uma permuta com o imóvel que o órgão possui naquela quadra. Também há outros prédios comerciais, depósitos e, inclusive, imóveis residenciais de famílias de baixa renda, que deverão ser desapropriados. "Só afirmo uma coisa: não se preocupem. Com todos haverá diálogo, entendimento. Isso não será feito de hoje pra amanhã. Isso obedecerá um cronograma, um prazo".
PIB
O governador do Ceará também falou sobre a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, que é de 3,5% neste ano, sobre 2013. Com isso, o Ceará deverá alcançar sua máxima histórica de participação na economia nacional. É o que acredita o governador Cid Gomes, empolgado com o resultado medido para o terceiro trimestre, no qual o Estado obteve um incremento de 5,6% sobre igual período de 2013.
A elevação na participação no PIB brasileiro, contudo, não será tão significativa e ainda ficará bem abaixo da participação do Ceará no País em termos de população, que hoje é de cerca de 4%. No ano passado, o Estado participou com 2,21% na produção total de riquezas no Brasil. Para 2014, o governador arrisca que se chegará a 2,3%. Entretanto, ele reforça que esta elevação de 0,1 ponto percentual fará com que o Ceará alcance a maior participação desde o início da medição, em 1939.
"A nossa expectativa é que esse ano, comparando 2014 com 2013, o Ceará fique em torno de 3,5% de crescimento e o Brasil, em torno de 0,3%. O Ceará está crescendo mais que o Brasil e a consequência disso é que o Estado vai aumentar a sua participação", comenta o governador.
O governador destacou também os investimentos diretos realizados pelo governo estadual. "Os investimentos ao longo desses anos colocam o Ceará em quarta posição nacional, ou seja, mesmo sendo a 12ª economia do Brasil, somos o quarto estado que mais investe. E é possível que, esse ano, o Ceará ultrapasse Minas Gerais. Isso nos colocaria na terceira posição, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro".
Cid Gomes também defendeu o posicionamento do governador eleito Camilo Santana em tomar posição de liderança nas discussões para a volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que vigorou de 1997 a 2007, tendo seus recursos destinados à área da saúde.
De acordo com ele, os gastos com saúde no orçamento do Estado quase dobraram ao longo dos últimos anos e a demanda é sempre crescente.

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